domingo, 19 de janeiro de 2014

Pesquisa aponta que crianças e adolescentes brasileiros não enxergam trabalho infantil como violência

O que as crianças e os adolescentes brasileiros entendem por “violência”? Foi a partir dessa pergunta que a pesquisadora Tamires Alves Monteiro, do Instituto de Psicologia da USP, quis saber, entre outras coisas, se eles percebiam as violências mais sutis, como a presença de moradores de rua e a exploração do trabalho infantil. Porém, foi constatado que a maioria dos entrevistados ficou preso à ideia de violência concreta – como em uma cena em que um homem chuta um cachorro, por exemplo.

Em geral, as respostas variavam, mas levavam à mesma constatação. Alguns adolescentes diziam que o homem nasce violento, demonstrando uma concepção consoante com a psicanálise. Outros diziam que quem nasce em um ambiente violento reproduz a violência, indicando que o fenômeno é um produto do meio social em que a pessoa está inserida – ideia que converge com a modelagem trabalhada pela psicologia da aprendizagem.

Outro ponto destacado por Tamires é que a violência é um tema pouco explorado na escola. Para ela, apesar de a instituição muitas vezes estar imersa em um universo violento, não há a proposta de reflexões contestadoras que vão além de simples pesquisas e levantamento de dados. Como consequência, o fenômeno permanece enraizado na sociedade brasileira.

promenino

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