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sábado, 27 de junho de 2015
Decisão sobre casamento gay é festejada em bar histórico de Nova York
Icônico Stonewall Innonde, onde movimento de direitos homossexuais enfrentou a polícia em 1969, recebe visitantes emocionados ao longo de todo o dia
por Isabel De Luca
NOVA YORK - Quando a notícia de que a Suprema Corte havia liberado o casamento gay começou a circular, na manhã desta sexta-feira, Nova York já sabia o que fazer: uma multidão tomou a frente do icônico Stonewall Inn, o bar onde o movimento pela igualdade de direitos foi catalisado, 46 anos atrás. Homens, mulheres e crianças iam chegando pouco a pouco, entre abraços generalizados e algumas lágrimas. A polícia fechou a rua. Durante todo o dia, simpatizantes de diferentes credos faziam fila para tirar uma foto na fachada da velha taverna.
No mês em que o mundo celebra o Orgulho Gay, o Stonewall acaba de ser preservado como patrimônio da cidade. Uma história que Tom Pantage, vizinho do lendário estabelecimento do Village desde 1969, conhece como poucos. E lá estava ele para contar:
— Eu tinha 17 anos. Conversava em pé, no fundo do bar, quando a polícia entrou atacando, como sempre. A comunidade, cansada, queria reagir, mas ninguém sabia que seria naquela noite. As lésbicas e drag queens foram as primeiras a contra-atacar. Vi tudo: a cadeira voando, o policial atingido. Aquele foi o momento. E não teve mais volta.
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Ex-executivo de uma rede de cosméticos que chegou a ter um bar gay na região nos anos 1970, Pantage só continha a euforia ao pregar a conscientização:
— Só estamos aqui hoje pela perseverança da comunidade gay, que passou 40 anos invisível e reivindicando por direitos. Precisamos contar isso à nova geração, porque a minha morreu de Aids.
Ao seu lado, o bancário David Ehrich distribuída adesivos pela criação do Parque Nacional Stonewall na praça em frente ao bar.
— A história do movimento está escondida em lugares onde as pessoas se reuniam, como aqui. Ainda é só o começo, a decisão da Suprema Corte não significa que gays vivam em segurança — ponderou.
A assistente social Shlana Levin apareceu com uma camiseta em que se declarava em busca de uma boa menina judia. Casadas em Massachussets há dez anos, Julia Ridgway e Barbara Lanciers carregavam uma placa que dizia “O amor vence”. O professor Curtis Dann-Messier levou a filha de 5 meses:
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— É um alívio saber que ela vai crescer sem precisar se preocupar com isso.
Lá dentro, música e bebida rolando soltas, o ator Andrew Rannels, o Elijah da série “Girls”, confraternizava:
— Vim sozinho, assim que soube da liberação achei que devia estar aqui. Mas acabei encontrando um monte de amigos. Estou tão feliz.
OGLOBO
Marcadores:
sexualidade
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