terça-feira, 10 de janeiro de 2012

Polícia identifica homem que viveu dia de fúria em SP


Acusado roubou carros e saiu atirando a esmo

Ele saiu de casa com um pistola automática e munições nas mãos. Deixou a namorada dormindo e foi embora. Roubou carros e bateu mais de uma vez, atirou aleatoriamente nas pessoas e nos veículos que trafegavam pela zona sul de São Paulo e sumiu, deixando para trás dois baleados, automóveis destruídos e paulistanos em pânico.

Começa assim o roteiro da investigação da polícia sobre o suspeito de protagonizar a fuga alucinada num percurso de 40 quilômetros entremeada por tentativas de assassinato, na madrugada desta segunda-feira. Ele é um administrador de empresas.

A família do suspeito pediu para que ele não fosse identificado. Diz ter certeza de que foi sequestrado e que se seu nome for revelado ele pode correr risco de morte.

Transtornado e aos gritos, segundo as vítimas, ele atirou a esmo em plena avenida Tancredo Neves, no Sacomã, após bater um táxi roubado contra outro automóvel.

A saga começou às 5h20, na avenida dos Bandeirantes, no sentido da rodovia Anchieta. Quase em frente à pista do aeroporto de Congonhas, o administrador abandonou seu Corolla blindado, segundo a versão da polícia.

Com a arma em punho, foi até o semáforo fechado e mandou o taxista Elias da Silva e uma passageira descerem do carro, um Meriva. Antes de qualquer reação, ele atirou várias vezes no lado da passageira. "Ele estava alucinado e queria fugir dali", disse Elias, que saiu do carro, ajudou a passageira a sair e viu o atirador partir.

Em alta velocidade, o atirador chegou com o Meriva na avenida Tancredo Neves. No cruzamento com a avenida Nossa Senhora das Mercês, ele bateu o táxi em um Fiat Brava, dirigido pelo instalador de TV a cabo David Neves, que estava com a mulher, Hérika, e o filho Thalles, de dois meses. O carro foi lançado 50 metros adiante. "Meu filho ficou prensado contra o banco do motorista. A cadeirinha o salvou. Foi um horror", desabafou Neves.

Testemunhas dizem que o atirador desceu do carro e voltou a disparar. Manuseava a pistola com técnica, afirmam as pessoas ouvidas pela polícia. A vítima seguinte foi o eletricista Emiliano Borges, que estava dentro de sua Ecosport, acompanhado de sua mãe. Ele foi atingido na barriga. "Ele gritou 'sai que eu tô em fuga, filho da puta', e atirou contra a porta várias vezes", contou Borges a familiares no hospital, ontem.

Mas o atirador não conseguiu ligar a Ecosport e partiu em direção a outras vítimas. No meio da Tancredo Neves, atirava contra tudo e todos. Atravessou a via e correu em direção ao Logan do engenheiro Ademir Guerreta, que seguia no sentido marginal. "Ele chegou e atirou. Tive tempo de desviar a cabeça e pôr a mão. O tiro pegou de raspão", contou ele, mostrando o ferimento.

Depois de abordar o Logan, o atirador prosseguiu. Foi até o Polo da professora Ivete Cruz e atirou várias vezes, atingindo a coluna lateral do carro. "Eu pedi calma e ele foi me arrancando de dentro do carro", lembra a professora. O atirador assumiu o controle do Polo e saiu em alta velocidade. Andou 600 metros e bateu contra um ônibus sem passageiros e descarregou a arma. Após a batida, o atirador então abordou o motorista de um Ford Ka e fugiu.

A série de colisões continuou. Na avenida do Estado, região central da cidade, o atirador bateu o Ford Ka, tomou um Celta de outro motorista e bateu novamente, agora na marginal Tietê, na altura na ponte da Casa Verde (zona norte). Depois disso, o atirador sumiu. Não foi visto por mais ninguém.

Segundo policiais, ainda pela manhã, uma pessoa que se identificou como namorada do atirador foi à delegacia e disse que ele saiu de casa, em Cotia (Grande SP), quando ela estava dormindo.

Duas vítimas reconheceram o suspeito por foto no 26º DP, no Sacomã. O delegado Marcos Manfrim recebeu a informação de que o atirador teve um surto psicótico.

Jornale

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