quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012

Prédio vizinho ao local da tragédia treme e boato leva pânico a ocupantes de edifício


Imóvel vizinho foi visitado para que proprietários e funcionários tirassem objetos

Um boato causou pânico no edifício de número 22 da avenida Almirante Barroso, centro do Rio de Janeiro, na tarde desta quarta-feira (1º), vizinho ao local onde ocorreu o desabamento de três prédios na semana passada e que deixou ao menos 21 mortos. O prédio sofreu uma trepidação, de acordo com a Defesa Civil, o que assustou os ocupantes.

De acordo com o sub-secretário de Defesa Civil Municipal, Márcio Moura Motta, a trepidação pode ter ocorrido porque as máquinas que trabalham no local da tragédia estavam trabalhando de forma mais pesada para retirar escombros que estavam pendurados em um prédio vizinho. Ele explicou que não houve necessidade de pedir para o prédio ser esvaziado.

- Estamos com uma equipe no local para explicar que não houve nada. Ninguém pediu para evacuar o prédio.

O edifício de número 22 foi liberado para ocupação na última segunda-feira (30) pois não sofreu nenhum problema estrutural.

Capital

Proprietários e inquilinos do edifício Capital, interditado após o desabamento de três prédios, puderam entrar para retirar objetos e documentos, segundo informou a Prefeitura do Rio.

Vizinho ao Edifício Liberdade, que desabou sobre outros três causando a morte de pelo menos 17 pessoas, o Capital está interditado há uma semana. O desabamento arrancou parte da parede lateral do prédio, deixando as escadas à mostra.

Entre 18h e 20h desta quarta, o acesso ao prédio será permitido às pessoas que constam em uma lista feita pela administração do condomínio. Apenas os imóveis da coluna 1, entre o 5º e 9º andar, continuarão com a entrada proibida por conta do trabalho de retirada de partes de concreto e escombros remanescentes do desabamento.

Para este grupo, a entrada será permitida no próximo domingo (5), a partir das 14h, com acompanhamento de agentes da Defesa Civil Municipal.

Segundo a Defesa Civil, o prédio não apresenta problema estrutural e será completamente liberado assim que o trabalho de retirada dos escombros for concluído.

Associação de vítimas se reúne

A associação formada por familiares de vítimas deve fazer sua primeira reunião na quinta-feira (2) na sede da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-RJ).

Por meio da associação, parentes dos mortos e desaparecidos conseguiram na Justiça o direito de acompanhar o trabalho de triagem dos escombros e terão acesso aos entulhos que estão armazenados no depósito da Comlurb (Companhia de Limpeza Urbana), em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense.

A decisão foi tomada após o jornal Folha de S. Paulo flagrar quatro funcionários de uma empresa que prestava serviço à prefeitura revirando os pertences misturados aos entulhos levados para a zona portuária. A prefeitura informou ter afastado no total 11 funcionários envolvidos no caso.

A OAB-RJ está prestando assistência à associação e cedeu salas para os advogados que perderam tudo no desastre.

Emoção

Familiares das vítimas participaram nesta terça-feira (31) de uma cerimônia em homenagem aos mortos e desaparecidos da tragédia. A cerimônia foi celebrada na Câmara de Vereadores da cidade, onde a prefeitura montou um posto de informação para as famílias dos desaparecidos.

Vera Lúcia Gitahy, mãe de Bruno Gitahy, de 25 anos, que continua desaparecido, passou mal e precisou de atendimento médico.

Os bombeiros continuam os trabalhos de busca nesta quarta (1º), quando o desastre completou uma semana. Até então, 17 corpos foram encontrados e cinco pessoas continuam desaparecidas.

As famílias que aguardam notícias dos desaparecidos já recolheram material genético para que sejam feitos exames de DNA nos corpos.

As causas da tragédia estão sendo investigadas pela Polícia Civil.

G1

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