quarta-feira, 18 de julho de 2012

Creche clandestina na região dos Lagos é alvo de novas denúncias de maus-tratos

Mãe de gêmeos diz que, na casa, servia-se comida estragada para crianças

A creche clandestina que funcionava há cerca de 15 anos em uma casa, em São José de Imbassaí, distrito de Maricá, na região dos Lagos, é alvo de novas denúncias. A secretária Catelini Santana, de 29 anos, tirou os gêmeos Cauã e Cauê do local no ano passado. Ela diz que a casa servia comida estragada e que seus filhos teriam sido maltratados durante o período que frequentaram o lugar.

— Os meus dois filhos ficaram lá durante três meses. Uma vez, ela [dona da creche] pegou um deles pelo pescoço, como se ele fosse um bicho. Além disso, ela dava comida estragada para eles.

Dona de creche culpa filha por maus-tratos, diz advogado

A manicure Renata Batista de Farias, de 36 anos, diz que conseguiu tirar a filha de 2 anos a tempo de não sofrer os supostos maus-tratos relatados por outras mães. Segundo ela, a filha de 12 anos, que frequentava a casa onde a irmã ficava enquanto a mãe trabalhava, disse ter visto a proprietária do imóvel maltratando as crianças.

— A minha filha de 2 anos ficou na creche durante dez meses. A minha filha mais velha disse que já viu a dona da creche maltratando as crianças, colocando-as em quarto escuro, dando comida quente para elas. Ela tinha medo de contar, pois dizia que a mulher a ameaçava.

Segundo Renata, a filha adotiva da dona da falsa creche disse para ela que não aguentava mais ver a mãe fazendo mal às crianças. Ela teria pedido para a vizinha para gravar sua conversa com a mãe.

— Eu gravei aquele áudio da conversa entre as duas, porque a filha dela [da dona da falsa creche] me pediu. Ela tinha medo da mãe e dizia que não aguentava mais ver a mulher maltratando as crianças.

Na gravação, a dona da creche tenta convencer a filha a assumir maus-tratos na creche.

Após as denúncias, as crianças fizeram exames de corpo de delito, e o laudo deve ficar pronto em 15 dias. Segundo o delegado José William de Medeiros, titular da Delegacia de Maricá (82ª DP), a dona da falsa creche vai responder por exercício ilegal da profissão e por maus-tratos. A polícia investiga ainda se as fotos foram forjadas.

O advogado da dona da creche disse que foi a filha adotiva dela, de 14 anos, quem forjou as imagens com ciúmes da mulher. Segundo Fábio Toledo, a suspeita cuida de crianças há mais de dez anos e nunca houve denúncia de maus-tratos.

— Há mais de dez anos ela cuida de crianças. Nesse tempo, nunca houve qualquer tipo de denúncia. A menor que fez a denúncia é filha adotiva dela. A menina ficou com ciúmes, porque a mãe passou a dar mais atenção para as crianças do que para a menor. Se você observar as fotos, em nenhum momento você vê as crianças chorando.

A reportagem do R7 tentou contato com a defesa da creche para pedir uma posição sobre as novas denúncias, mas não foi atendida.

R7

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