segunda-feira, 12 de novembro de 2012

'Foi horrível', diz pai de criança que morreu após ser jogada de ponte


Duplo assassinato aconteceu na manhã deste domingo em Cuiabá.
Suspeito de jogar criança de ponte também teria matado a ex-sogra.


Familiares, amigos e vizinhos acompanharam nesta segunda-feira (12), em Cuiabá, o velório e o enterro do corpo da criança de 4 anos de idade que morreu afogada após ser jogada da Ponte Júlio Müller, na capital mato-grossense. A criança, segundo a polícia, foi arremessada da ponte no Rio Cuiabá pelo ex-namorado da mãe da vítima, na manhã deste domingo (11).

O pai da criança, Lauro Pereira Camargo, disse estar perplexo e abalado com o crime. “Foi horrível. Não acredito que o ser humano é capaz de fazer esse tipo de coisa”, declarou. Abalado, Lauro chorou muito durante o enterro do filho e clamou por Justiça. O corpo do menino foi enterrado no cemitério do Porto, na capital, na tarde desta segunda-feira. Pela manhã, o velório ocorreu na Capela Jardins. A mãe da vítima, Tássia Alves, de 24 anos, também estava chocada com o crime.

O principal suspeito do assassinato, o ex-namorado dela, foi preso no domingo pela Polícia Militar e encaminhado nesta segunda-feira para um presídio. No entanto, a Polícia Civil não divulgou o nome da unidade por questão de segurança.

O suspeito também seria o autor do homicídio contra a mãe da ex-namorada, a professora Admárcia Mônica da Silva, de 44 anos. De acordo com as investigações da polícia, o rapaz entrou na residência dela à procura de Tássia, no entanto, a jovem não estava. Na ocasião, ele e a ex-sogra teriam discutido quando ocorreu o assassinato. A declaração de óbito do Instituto Médico Legal (IML) apontou que a vítima foi esfaqueada e teve o corpo parcialmente carbonizado.

O neto da vítima também estava na residência, localizada no Bairro Dom Aquino, e foi levado pelo suspeito até a ponte Júlio Müller, onde foi jogado por ele no rio. O corpo do menino foi encontrado minutos depois por um pescador próximo ao local.

Testemunhas
Os bombeiros foram acionados para apagar as chamas da residência pela vizinha da vítima, Manoella de Souza Silva. “Eu acordei às 6h com um barulho de buzina e cheiro de fumaça dentro do meu quarto. Aí eu ouvi a buzina. Fui para a porta e vi o fogo no cômodo da residência”, contou.

Testemunhas também viram o suspeito segurando a criança nos braços próximo à grade de proteção da ponte Júlio Muller e, em seguida, jogar a vítima no rio. Um motociclista que passava sobre a ponte contou que achou estranha a situação porque o suspeito estava muito perto da beirada da ponte com a criança nua. "Parei a motocicleta e fiquei olhando, quando de repente ele jogou a criança no rio", disse a testemunha à polícia.

Depoimento
Horas depois do duplo homicídio, o suspeito foi preso na residência dele. De acordo com a Polícia Militar, o rapaz, que trabalha com instalações eletrônicas, chegou a ir até o local de trabalho, porém, voltou para casa depois de desconfiar que uma equipe da polícia realizava rondas pelo local.

Ao ser preso, ele foi para o Centro Integrado de Segurança e Cidadania (Cisc), do bairro Planalto, na capital. Em seguida, encaminhado para a Delegacia de Homicídio e Proteção à Pessoa (DHPP). Ao G1, o delegado José Sperândio disse que o suspeito preferiu não se manifestar durante o primeiro depoimento e chegou a declarar que iria falar sobre o caso somente em juízo.

Velório

O advogado da família, Claudino Aleixo Júnior, informou que o corpo de Admárcia Mônica deverá ser enterrado no Cemitério Bom Jesus Parque Cuiabá, por volta das 17h. A vítima trabalhava em uma creche municipal no Bairro Alvorada. Ela era professora da instituição desde o mês de agosto deste ano. Entretanto, nesta segunda-feira, a creche amanheceu de portas fechadas em sinal de luto.

G1

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