quinta-feira, 6 de dezembro de 2012

Instituto do Câncer Infantil reinaugura instalações com decoração inspirada em O Mágico de Oz


Objetivo é quebrar a sobriedade do ambiente onde pacientes oncológicos permanecem longo tempo em tratamento

Um leão de braços abertos recepciona quem chega ao terceiro andar do Hospital de Clínicas de Porto Alegre.

No peito, o mascote da luta contra o câncer infantil exibe uma medalha com a palavra "coragem". O corredor até a porta que dá acesso à unidade de oncologia pediátrica do hospital é decorado por um caminho de tijolos amarelos, como o que a menina Dorothy percorre na história O Mágico de Oz até encontrar o caminho de volta para casa.

A nova ambientação do Instituto do Câncer Infantil do Rio Grande do Sul (ICI-RS), que será inaugurada na manhã desta quinta-feira, às 10h30min, aproveita a relação com a história infantil que acompanha o instituto desde sua fundação, em 1994, para dar mais cores ao hospital, onde crianças e adolescentes passam longo tempo internados para o tratamento do câncer.

— Esta unidade não é para quem tem uma dor de barriga, por isso, tão importante como o acolhimento médico competente e uma equipe bem treinada é termos um ambiente menos frio para esses pacientes e seus familiares — comenta o presidente do ICI-RS e chefe do Serviço de Oncologia Pediátrica do Hospital de Clínicas, Algemir Brunetto.

O médico explica que a escolha da história do Mágico de Oz para representar o instituto tem pelo menos duas razões: a construção do caminho para a cura das crianças para que elas, assim como Dorothy, voltem para casa e o amigo que a menina encontra no caminho, um leão que deseja encontrar coragem.

Nos tijolos amarelos do corredor de entrada, estão gravados os nomes de empresas e pessoas que fizeram as primeiras doações para a fundação do instituto e outros tantos estão abertos para serem preenchidos — até hoje a entidade se mantém com doações e campanhas de arrecadação de fundos, como a Corrida Pela Vida e o Mc Dia Feliz.



Coragem de leão

O leão Coragem chama a atenção de Gustavo Oliveira, de três anos, quando ele passa no corredor até a sala de recreação do hospital — toda enfeitada com balões para a festa de reinauguração. No Dia da Criança, uma suposta gripe que nunca melhorava levou à descoberta de uma leucemia. Desde então, foram 43 dias a fio de internação e agora retornos periódicos para a continuidade do tratamento.

— Assim como o leão, nós também temos de ter coragem para batalhar, e não é fácil — desabafa a mãe de Gustavo, Magui Ferreira, 34 anos.

Para cuidar do menino, ela teve de sair da creche em que trabalhava em Torres, no Litoral Norte, e deixar os outros dois filhos sob os cuidados do pai.

É por isso que o instituto contempla uma estrutura de apoio não só médico, mas também psicológico, pedagógico e até mesmo social, além de contar com uma unidade de pesquisa clínica para o estudo de tratamentos mais eficientes.

Com atendimento pelo Sistema Único de Saúde (SUS), o ICI-RS tem índice de cura em torno de 80% e já tratou quase 2 mil crianças e jovens com câncer nas últimas duas décadas.

O que mudou

— Com a reforma, o número de leitos aumentou de 22 para 26

— Três leitos são dedicados a transplantes de medula óssea

— Uma sala de informática foi montada no espaço de recreação

— Sala pedagógica foi ampliada

— Toda a unidade está climatizada

Números do instituto

— 1,9 mil crianças e adolescentes atendidos desde 1994

— 71 pesquisas clínicas em andamento

— 50 pacientes ambulatoriais atendidos, em média, por dia

— 80% de cura no tratamento

ZERO HORA

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