sexta-feira, 9 de agosto de 2013

Em depoimento, professor de educação física diz que menino suspeito de matar família era canhoto

Segundo ele, garoto tinha dificuldades para praticar esporte em função de problema de saúde

O professor de educação física de Marcelo Eduardo Bovo Pesseghini, 13 anos, relatou, em depoimento nesta sexta-feira (9), no DHPP (Departamento de Homicídios e de Proteção à Pessoa), que o aluno era canhoto. A informação é do presidente da Comissão de Segurança Pública da OAB-SP (Ordem dos Advogados do Brasil), Arles Gonçalves Júnior, que estava presente durante a oitiva.

A informação é importante porque reforça a tese da polícia de que o jovem era canhoto, o que justificaria a arma usada para matar a família estar na mão esquerda do garoto e o tiro ter sido disparado do lado esquerdo de sua cabeça, o que caracterizaria o suicídio. Familiares haviam contestado a versão da polícia e afirmaram achar que o menino era destro.

Assim como o Ministério Público, a comissão da Ordem também acompanha a apuração do caso, que está sendo feita pelo DHPP. A principal linha de investigação aponta o adolescente como o principal suspeito da morte dos pais — um casal de policiais militares —, da avó e da tia-avó. Os cinco corpos, incluindo o do menino, foram encontrados no começo da noite de segunda-feira (5), dentro de casa, na Vila Brasilândia, zona norte de São Paulo.

De acordo com Arles Gonçalves Júnior, o professor confirmou ainda que Marcelo teria dificuldades para praticar esportes devido à fibrose cística. A doença é congênita, não tem cura e afeta o sistema respiratório.

— O professor de educação física confirmou que ele praticava esporte na escola, mas tinha um pouco de dificuldade em razão do problema do pulmão. Confirmou que ele era canhoto.


Família de policiais militares é encontrada morta e filho é suspeito. Entenda o caso

Gonçalves também acompanhou, nesta sexta-feira, o depoimento de uma familiar, que seria filha de uma das vítimas na chacina.

— Ela falou que visitava a mãe, os parentes e que não tinha nada de anormalidade, nada de estranho no dia.

“Colocação infeliz”

Na quinta-feira (8), o presidente da Comissão de Segurança Pública da OAB-SP esteve presente durante o depoimento do coronel Wagner Dimas, comandante do 18º Batalhão da Polícia Militar, onde a mãe do menino Marcelo, a cabo Andreia Regina Pesseghini, trabalhava.

Dimas havia declarado, na quarta-feira (7), à Rádio Bandeirantes, que a policial denunciou colegas de trabalho que estariam envolvidos em roubos a caixas eletrônicos.

Na avaliação de Gonçalves, o oficial foi “infeliz na colocação” feita à imprensa.

— A moça era subordinada dele. Às vezes, a gente está emocionado e fala uma coisa que não é bem aquilo que a gente quer dizer. Não se expressa direito. Foi essa a minha impressão.

O representante da OAB destaca que não era atribuição da vítima fazer investigação disciplinar.

— Não existia ameaça contra ela [cabo Andréia], nenhuma investigação que ela participava, porque, investigação disciplinar é feita por oficial da PM. Não é feita por cabo.

Ele acrescenta:

— Não está se escondendo nada. Não é que pediram para ele [coronel Dimas] mudar de opinião. Não é nada disso.

Lisura na investigação

O presidente da Comissão de Segurança Pública da OAB-SP afirma que a investigação do caso está sendo conduzida de "maneira adequada" e toda informação que chega à polícia está sendo verificada.

— A investigação está sendo feita de forma correta, com lisura. Não existe direcionamento para se chegar a um resultado. Está se buscando comprovar o que realmente aconteceu.

R7

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