Ela estava com o bebê numa casa em Inhoaíba e chegou a afirmar que a criança seria sua filha
Mãe do bebê, de apenas 13 dias, foi assassinada
RIO - Localizada na tarde desta terça-feira por policiais do 40º BPM (Campo Grande), uma mulher confessou o sequestro da bebê Jenifer da Silva Araújo, de 13 dias, levada na última segunda-feira numa região próxima a um posto de saúde do Recreio, na Zona Oeste do Rio. Aos PMs, ela se identificou apenas como Michele, mas não trazia nenhum documento de identidade. A mulher, contudo, negou envolvimento no homicídio de Diana Oliveira da Silva, de 33 anos, mãe da criança, cujo corpo trazia sinais de asfixia.
Segundo o comandante do 40º BPM, tenente-coronel Jorge Damião, Michele foi encontrada a partir de uma denúncia feita pelo Disque-Denúncia (2253-1177). Ela estava com o bebê numa casa em Inhoaíba, também na Zona Oeste, e chegou a afirmar que a criança seria sua filha. Os policiais, no entanto, não acreditaram e levaram a mulher para averiguação na 35ª DP para averiguações. Em seguida, Michele foi levada ao Hospital estadual Rocha Faria, em Campo Grande, onde exames poderiam confirmar sua suposta gravidez recente. Foi na unidade que ela, então, confessou o sequestro. Ainda de acordo com a Polícia Militar, testes clínicos serão realizados para confirmar que a criança é, realmente, Jenifer.
O sequestro aconteceu na noite da segunda-feira. Diana estava com a pequena Jenifer quando as duas foram abordadas por um casal, em frente a um posto de saúde, na comunidade do Terreirão, por volta do meio-dia.
O corpo da mulher foi encontrado em um terreno próximo à unidade hospitalar, onde foi fazer um curso de amamentação. O marido da vítima e pai da criança, Francisco de Assis, foi ao local e reconheceu o corpo. Ele afirmou ao site do Extra que a mulher, no dia anterior ao curso, não queria ir ao posto e não disse o motivo.
— Não tenho ideia do que aconteceu. Não conheço essa mulher que levou Jenifer. Viemos do Ceará em 2008 e estávamos construindo uma vida aqui. Tenho um emprego e minha mulher ia começar a trabalhar como doméstica. Agora perdi minha mulher — disse Francisco.
Testemunhas relataram a agentes da DH que viram uma mulher suja de terra com um bebê num ônibus do BRT. Carla Bispo, vizinha da vítima, estava nesse ônibus e reconheceu a criança:
— Abordei a mulher e disse que a menina era filha de uma amiga minha. Ela disse que não. Respondi que não ia esquecer o rosto dela e não esqueci — disse Carla.
A Divisão de Homicídios (DH) procurava por pistas que levassem à prisão da mulher que sequestrou o bebê. O delegado da DH, Fábio Cardoso, conseguiu nesta terça-feira imagens do BRT Transoeste, que mostram uma mulher com um bebê fugindo num ônibus com destino a Santa Cruz.
— A mãe foi encontrada com panos ao redor do rosto e do pescoço e com as mãos amarradas para trás. A causa da morte foi confirmada, pelos peritos, como asfixia — contou Cardoso.
Protesto
Uma manifestação de amigos e parentes da família interditou a Avenida das Américas, na altura da estação Notre Dame, e causou uma paralisação em toda a extensão do BRT por volta das 18h desta segunda-feira. O serviço ficou suspenso por 40 minutos, mas voltou a operar por volta das 18h50m, após o desbloqueio da via.
No fim de semana, Francisco e Diana fizeram um chá de bebê com os amigos. O casal mora na comunidade do Terreirão. A família de Diana mora em Boa Viagem, no Ceará, e ficou sabendo do que aconteceu na noite desta segunda-feira. Os pais de Diana querem que o corpo seja velado na terra natal da mulher. No entanto, a família não tem recursos para o transporte do corpo.
O Globo
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