quinta-feira, 7 de julho de 2011

ONG Rio pela Paz faz protesto pela morte do menino Juan no Cristo Redentor


Rio - A ONG Rio Pela Paz realizou nova manifestação, nesta quinta-feira, em decorrência do assassinato do menino Juan de Moraes, de 11 anos, baleado durante um confronto entre policiais militares do 20º Batalhão (Mesquita) e supostos traficantes na Favela do Danon, em Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense.

Desta vez, o grupo subiu o Cristo Redentor, onde estendeu a faixa onde podia-se ler ‘Quem matou Juan?’. Na quarta-feira, a Rio Pela Paz promoveu uma série de protestos pela cidade — em locais como Aterro, Copacabana e Engenhão.

Pela manhã, alunos da Escola Leopoldina Machado Barbosa de Barros, onde Juan estudava, se reuniram para uma oração em memória do menino.

A Polícia Civil informou, no início da tarde desta quinta-feira, que o corpo do menino Juan já foi liberado pelo Instituto Médico Legal (IML) para ser entregue à família. O pai do garoto, Alexandre Neves, informou que a cerimônia de sepultamento será realizada no Cemitério Jardim da Saudade, em Edson Passos.

Há seis dias, uma denúncia anônima levou policiais ao Rio Botas, em Belford Roxo, local próximo à Favela do Danon. No local, os agentes encontraram uma ossada e um laudo preliminar apontou que o cadáver era de uma menina. Nesta quarta-feira, exames de DNA comprovaram que houve erro no primeiro exame e que o corpo era mesmo do menino Juan.

O erro grosseiro pôs em xeque toda a perícia do Rio, na avaliação do deputado estadual Marcelo Freixo (Psol), presidente da Comissão de Direitos Humanos da Alerj. Ele anunciou que vai convocar a chefe de Polícia Martha Rocha e o diretor do Departamento de Polícia Técnica e Científica, Sergio Henriques, para uma audiência pública, em agosto, após o recesso parlamentar.

Sequência de falhas atrasam a investigação e a conclusão do caso

Operação
Dia 20, policiais do 20º BPM (Mesquita) vão à comunidade Danon checar informação sobre traficantes. Na ação, Juan desaparece, um rapaz é morto e dois são baleados, entre eles um irmão do menino.

Auto de resistência
Logo após a ação, PMs registram o caso como auto de resistência na 56ª DP (Comendador Soares). Apresentam armas e drogas e não falam sobre Juan.

Demora
O sumiço do menino só vem à tona no dia seguinte após denúncia da família de que ele fora baleado. Uma série de falhas na investigação da 56ª DP, entre elas a demora em pedir perícia para o local, faz o caso ser transferido, uma semana depois, para a Delegacia de Homicídios da Baixada Fluminense.

Afastamento
Afastados da rua cinco dias após a operação, os PMs vão para serviços internos no mesmo batalhão. Só ontem eles foram transferidos para a ‘geladeira’ da corporação.

Perícia
A primeira perícia no local só ocorreu oito dias após o sumiço, dia 28. O chinelo que o menino usava no dia 20 foi encontrado. Só então começaram as buscas pelo corpo.

Testemunha
W., baleado no confronto, foi apontado como traficante e ficou cinco dias algemado no hospital. A família comprovou que o rapaz trabalha e ele é incluído no Programa de Proteção à Testemunha só duas semanas após o confronto.

Ossada
Dez dias após o sumiço, dia 30, foi achada a ossada que a perita atestou ser de uma menina. As buscas a Juan continuaram por 4 dias. Só ontem, após dois exames de DNA, a Polícia Civil admitiu o err


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