RIO - Fofoquinhas, intimidações, manipulações: comportamentos que fazem um profissional se sentir humilhado em seu ambiente de trabalho. O bullying é um mal que não atinge só os colégios. Também existe nos espaços corporativos, e é muito mais comum do que se imagina. As vítimas acabam sofrendo duplamente: além da agressão, existe a vontade de manter-se no emprego, o que torna ainda maiores as proporções do problema. As consequências vão de estresse e insônia a episódios de depressão.
Segundo Silvio Celestino, coach de executivos e autor do blog Conversa de Elevador, ao contrário do assédio moral, o bullying costuma ser praticado por colegas do mesmo nível hierárquico. Pode acontecer de forma sutil ou ser grosseiro e envolver preconceitos, como de raça e gênero.
- Um dos indícios de que alguém está sofrendo bullying é o fato de a pessoa ser excluída de processos nos quais deveria estar envolvida, pelo cargo que ocupa. Outro indício é quando o profissional não consegue ser incluído em círculos informais de colegas, sem motivo aparente - explica Celestino.
Karina Jacques, advogada e professora da Academia do Concurso, afirma que o número de demandas judiciais acerca do bullyingna Justiça do Trabalho cresce a cada dia. Segundo ela, as decisões têm sido de repressão à prática do bullying, e de indenização para a vítima, tanto por parte do agressor quanto da empresa que permitiu a conduta.
- Este tipo de comportamento é visto pelo Direito como uma ofensa a um direito fundamental do indivíduo, que é a sua dignidade. Ofender a dignidade humana não pode ser considerada uma conduta normal na relação de trabalho, afinal o trabalhador está vendendo seu trabalho, não sua honra.
Mas o que a vítima pode fazer para se proteger e defender seu emprego? Embora seja um assunto que gere polêmica, muitos especialistas acreditam que o primeiro passo é conversar com o agressor para tentar resolver o problema. Caso não surta efeito, o profissional tem a opção de procurar outras oportunidades e sair da empresa, ou relatar o caso à chefia e ao setor de assistência social e psicológica da firma. Uma ação judicial contra o agressor - e, se for conivente, contra a própria empresa - é o último recurso.
- Se a liderança da empresa não observa esse tipo de comportamento, ou se não possui ouvidoria, é improvável que se importe com bullying - explica Celestino. - Além disso, depois de uma reclamação com o chefe, fica difícil conseguir conquistar seu lugar na equipe.
Para a consultora Ylana Miller, que dá aula de gestão de carreiras no Ibmec, muitas corporações acabam sendo coniventes com o bullying:
- Às vezes é uma questão cultural na empresa. Se for o caso, cabe à vítima escolher se quer continuar num ambiente assim. A partir do momento em que o profissional percebe o que se passa, tem a chave para decidir melhorar seu futuro.
Ylana explica que o bullying muitas vezes é manifestado por meio de manipulações sutis que nem sempre são percebidas inicialmente pelas vítimas, mas que vão prejudicando seu crescimento profissional. Um exemplo é quando um colega fica com o crédito pela ideia de outro, diante da chefia, mas consegue transmitir para a vítima a ideia de que a está ajudando.
- É uma epidemia invisível - define Ylana.
O Globo
Segundo Silvio Celestino, coach de executivos e autor do blog Conversa de Elevador, ao contrário do assédio moral, o bullying costuma ser praticado por colegas do mesmo nível hierárquico. Pode acontecer de forma sutil ou ser grosseiro e envolver preconceitos, como de raça e gênero.
- Um dos indícios de que alguém está sofrendo bullying é o fato de a pessoa ser excluída de processos nos quais deveria estar envolvida, pelo cargo que ocupa. Outro indício é quando o profissional não consegue ser incluído em círculos informais de colegas, sem motivo aparente - explica Celestino.
Karina Jacques, advogada e professora da Academia do Concurso, afirma que o número de demandas judiciais acerca do bullyingna Justiça do Trabalho cresce a cada dia. Segundo ela, as decisões têm sido de repressão à prática do bullying, e de indenização para a vítima, tanto por parte do agressor quanto da empresa que permitiu a conduta.
- Este tipo de comportamento é visto pelo Direito como uma ofensa a um direito fundamental do indivíduo, que é a sua dignidade. Ofender a dignidade humana não pode ser considerada uma conduta normal na relação de trabalho, afinal o trabalhador está vendendo seu trabalho, não sua honra.
Mas o que a vítima pode fazer para se proteger e defender seu emprego? Embora seja um assunto que gere polêmica, muitos especialistas acreditam que o primeiro passo é conversar com o agressor para tentar resolver o problema. Caso não surta efeito, o profissional tem a opção de procurar outras oportunidades e sair da empresa, ou relatar o caso à chefia e ao setor de assistência social e psicológica da firma. Uma ação judicial contra o agressor - e, se for conivente, contra a própria empresa - é o último recurso.
- Se a liderança da empresa não observa esse tipo de comportamento, ou se não possui ouvidoria, é improvável que se importe com bullying - explica Celestino. - Além disso, depois de uma reclamação com o chefe, fica difícil conseguir conquistar seu lugar na equipe.
Para a consultora Ylana Miller, que dá aula de gestão de carreiras no Ibmec, muitas corporações acabam sendo coniventes com o bullying:
- Às vezes é uma questão cultural na empresa. Se for o caso, cabe à vítima escolher se quer continuar num ambiente assim. A partir do momento em que o profissional percebe o que se passa, tem a chave para decidir melhorar seu futuro.
Ylana explica que o bullying muitas vezes é manifestado por meio de manipulações sutis que nem sempre são percebidas inicialmente pelas vítimas, mas que vão prejudicando seu crescimento profissional. Um exemplo é quando um colega fica com o crédito pela ideia de outro, diante da chefia, mas consegue transmitir para a vítima a ideia de que a está ajudando.
- É uma epidemia invisível - define Ylana.
O Globo
Muito bom falar deste assunto tão sério e pertinente no mundo do trabalho e das famílias, mais agora nos momentos de crise económica e social. Sobre este assunto gosto muito dos livros de Marie - France Hirigoyen
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