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terça-feira, 27 de dezembro de 2011
Corte egípcia suspende “testes de virgindade” em mulheres presas
Os ativistas de direitos humanos do Egito conseguiram nesta terça-feira (27) uma vitória importante. Após meses de polêmicas, o Tribunal Administrativo do Egito reconheceu oficialmente que “testes de virgindade” foram realizados em mulheres presas durante as manifestações neste ano e ordenou o fim da prática, condenada por governos e organizações não-governamentais de diversos países.
As decisões se deram em processos movidos pela ativista Samira Ibrahim contra o Conselho Supremo das Forças Armadas, entidade que comanda o Egito desde a queda do ditador Hosni Mubarak, em fevereiro. Segundo o jornal Al-Ahram, dezenas de manifestantes aguardavam a decisão do lado de fora do tribunal e, após o anúncio, seguiram para comemorar na praça Tahrir, no centro do Cairo, epicentro dos protestos deste ano. A foto acima, divulgado na página do Facebook do Movimento Jovem 6 de abril, mostra Samira celebrando a vitória na ação judicial.
O caso criou polêmica pois alguns setores da sociedade egípcia não acreditavam que os testes realmente tinham ocorrido. Samira se tornou símbolo do movimento contra “os testes de virgindade” ao revelar que foi uma das vítimas da prática. Ela gravou um vídeo (em árabe, com legendas em inglês) e deu depoimento para a Human Rights Watch contando detalhes do que ocorreu com ela. Segundo conta o Al-Ahram, Samira foi presa em 9 de março com 20 mulheres e 174 homens. A maior parte deles foi libertada, mas alguns seguiram para um complexo militar chamado de C28. Lá, ela diz ter sido violada.
Samira disse para a Human Rights Watch (HRW) que dois policiais entraram na cela da prisão em que as mulheres foram detidas e perguntou se elas eram casados. Os policiais, então, informaram que elas seriam sujeitas a testes de virgindade para confirmar que não estavam mentindo, disse ela. “Eles nos levaram para fora uma por uma. Quando chegou minha vez, me levaram para uma cama em uma passagem na frente da cela. Havia um monte de soldados ao redor e eles podiam me ver”, disse Ibrahim. “Eu perguntei se os soldados podiam afastar-se e o oficial me escoltando me deu um choque [com uma arma de choque]. Uma feminina à paisana ficou em minha cabeça e, em seguida, um homem em uniforme militar examinou-me com a mão por alguns minutos. Foi doloroso. Ele demorou. Ficou claro que ele estava fazendo isso de propósito para me humilhar.”
José Antonio Lima
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Marcadores:
direitos humanos,
irregularidades,
violência contra a mulher
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