quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

Escuta telefônica revela assassinato de menor de idade por grupo de extermínio



Grupo agia em Belford Roxo, na baixada; um tenente da PM liderava a quadrilha

A reportagem da Rede Record teve acesso a escutas telefônicas que mostram dois integrantes do grupo de extermínio que atuava em Belford Roxo, na Baixada Fluminense, falando sobre um assassinato de um menor de idade. Na conversa, os suspeitos reclamam que não quiseram pagar para livrar o menor da morte:

- Eles não te deram dinheiro não para soltar o menor?

- Deu nada, cara. Tão enrolando a gente. Dei papo na pistola, eu quero a pistola, parceiro. Aí, ele: parceiro, não vou me desarmar para dar arma para vocês não. Aí o menor foi dessa para melhor.

A quadrilha foi desarticulada na terça-feira (27). Na ação, cinco homens, entre eles um tenente da Polícia Milita, foram presos. Agentes da DHBF (Delegacia de Homicídios da Baixada Fluminense) apreenderam sete armas e dez carregadores.

Segundo o titular da DHBF, o delegado Ricardo Barboza, o tenente da PM, que trabalhava no Batalhão de Duque de Caxias (15º BPM), era um dos líderes do grupo. Quatro dos presos tiveram a prisão preventiva decretada pela Justiça por formação de quadrilha armada, enquanto o quinto suspeito foi preso em flagrante por porte ilegal de arma. Um outro suspeito de integrar o grupo de extermínio é considerado foragido.

- Essa milícia que atuava principalmente no bairro São Vicente, em Belford Roxo, é suspeita de praticar pelo menos 20 homicídios. Eles também exploravam serviços como fazem as milícias no Rio, mas atuavam também em um ramo diferente: a exploração de água encanada.

De acordo com as investigações, os milicianos instalavam encanamentos de água em locais onde não havia abastecimento e cobravam pelo fornecimento uma taxa mensal de aproximadamente R$ 40.

Além das armas apreendidas, a polícia encontrou anotações sobre as atividades da quadrilha. As armas serão periciadas para verificar se foram usadas em homicídios investigados pela DHBF. O grupo também é suspeito de extorquir traficantes da região.

R7

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