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quinta-feira, 5 de janeiro de 2012
Barreira de pedras tenta conter força das águas em distrito de Campos
Balanço divulgado pelo Governo do Estado apontam que mais de 34 mil já estão fora de casa no Norte e Noroeste
Rio - Uma barreira de pedras tenta conter a força das águas que atinge o distrito de Três Vendas, em Campos, no Norte Fluminense, após o rompimento de um dique de contenção na Rodovia BR-356. Cerca de 4 mil pessoas vão ser retiradas do local.
De acordo com o secretário de Defesa Civil de Campos, Henrique Oliveira, uma cratera com cerca de 20 metros foi aberta na rodovia, que fica localizada entre o Rio Muriaé e o distrito Três Vendas, e serve como dique-estrada. A Defesa Civil municipal atua no direcionamento das famílias para lugares seguros, junto da secretaria da Família e Assistência Social, Defesa Civil Estadual e Exército.
O secretário Henrique Oliveira, orienta as pessoas se direcionem para locais mais altos. “Pedimos que as pessoas deixem suas casas e vão para os morros que ficam ao lado da localidade, que é o ponto mais alto de Três Vendas. Pedimos também que o mínimo de gente fique no segundo andar de suas casas, dando prioridade à ida para os morros, já que o socorro chegará por lá”, ressalta Henrique.
Mais de 34 mil fora de casa no Norte e Noroeste
Segundo balanço divulgado às 19h desta quinta-feira, apenas no Norte e no Noroeste Fluminense pelos menos 34.840 pessoas estão desabrigados ou desalojados devido as cheias dos rios e chuvas que assolam as regiões desde o último sábado. Apenas em Santo Antônio de Pádua são 12.300 pessoas fora de suas casas.
Seis municípios do Rio de Janeiro decretaram situação de emergência após as enchentes provocadas pela chuva: Laje do Muriaé, Santo Antônio de Pádua, Itaperuna, Italva, Cardoso Moreira e Miracema.
Gabinete de crise em Campos
O secretário de Estado de Assistência Social e Direitos Humanos, Rodrigo Neves, anunciou na manhã nesta quinta-feira durante a assinatura do prorrogamento do Aluguel Social em São Gonçalo, a criação de um gabinete de crise, a ser instalado em Campos, para auxiliar os municípios atingidos pela chuva.
Na tarde desta quinta-feira, o secretário Rodrigo Neves visitou as regiões Norte e Noroeste do Estado para acompanhar os trabalhos das secretarias municipais de Assistência Social dos municípios afetados e apoiá-las. Ele viajou acompanhado da subsecretária de Assistência Social e Descentralização da Gestão, Nelma Azeredo.
A SEASDH também já começou a enviar, desde o último dia 2, mantimentos para as cidades atingidas. Os donativos levados para Nova Friburgo, que estão sendo recebidos na Fábrica da IPU, são compostos por colchonetes, sabonetes, vassouras, sabão em pedra e fraldas.
O entreposto instalado em Itaperuna, que atende aos municípios de Pádua, Italva e Laje do Muriaé, recebeu absorventes, colchonetes, colchões infláveis de casal e solteiro, fraldas, escovas de dente e sabonetes, além de kit limpeza, compostos por água sanitária, pano de chão, desinfetante, esponja, sabão em barra e em pó.
Crea vê ‘caos’ em Friburgo
Engenheiros do Crea que vistoriaram nesta quarta-feira os três bairros de Nova Friburgo mais atingidos pela enchente do ano passado afirmaram que nenhuma das obras recomendadas pelo conselho foi implantada. Técnicos identificaram erro em construção de ponte de concreto sobre rio e classificaram a situação do município como “caótica”.
“A ponte deveria ter sido construída em arco, para não atrapalhar o fluxo d’água, mas fizeram uma obra para enxugar gelo. A qualquer chuva, a água vai passar por cima da ponte”, afirmou o engenheiro Adacto Ottoni.
Em Duas Pedras, a encosta que caiu derrubando casas na última enchente continua sem contenção. Em Córrego Dantas, o problema mais grave é a expansão desenfreada da largura do rio que corta o bairro. O problema já foi apontado pelo Crea no ano passado. “Avisamos que esse rio era um risco para o bairro. Pedimos a construção de barreiras no início do curso d'água, o reflorestamento da encosta e o saneamento. Mas nada disso foi feito”, diz Ottoni.
Cabral: recursos priorizaram aluguel social e Defesa Civil
O governador Sérgio Cabral afirmou nesta quarta-feira que, no ano passado, “priorizou” o pagamento de aluguel social às vítimas da Serra e investimento em sistema de alerta de chuvas da Defesa Civil com as verbas federais que recebeu. Este ano, dará ênfase a obras de infraestrutura, como contenção de encostas e dragagem de rios.
O governador não respondeu quando pagará as indenizações às famílias que vivem em imóveis condenados. Quase 5 mil aguardam o pagamento há um ano. Semana que vem, prometeu ele, começa a erguer 2.200 imóveis para vítimas de Friburgo e gastará R$ 300 milhões em dragagens e contenções de encostas.
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