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quarta-feira, 20 de abril de 2011
Depois de um ano, Golfo ainda luta contra efeito do óleo
O vazamento de petróleo no Golfo do México durou 86 dias e derramou no mar cerca de 750 milhões de litros de óleo e 6 milhões de litros de dispersantes químicos. Um ano depois, as consequências para o meio ambiente da região continuam nebulosas.
"Ainda há uma quantidade terrível de óleo, não contabilizada, no ambiente", afirma Ian McDonald, oceanógrafo da Universidade do Estado da Flórida, que trabalhou intensivamente no Golfo.
Uma ampla investigação de crime ambiental encabeçada pelo governo americano e dos Estados atingidos pelo vazamento está em curso para calcular os prejuízos. O grupo já registrou milhares de amostras das águas da região do Golfo, do solo do fundo do mar, de pântanos, praias e da vida selvagem.
Ao mesmo tempo, cientistas independentes relatam problemas de grande impacto. Mais de 258 quilômetros quadrados de áreas frágeis de mangue aparentam estar doentes.
O sistema imunológico de algumas espécies de peixes parece estar comprometido, as algas e plantas aquáticas crescem em um ritmo mais lento, e uma nova camada de limo cobre o fundo do mar nos arredores do poço que vazou. Uma antes vibrante comunidade de corais, além de estrelas-do-mar, agora jaz morta. Também estão mortos incontáveis peixes e crustáceos e milhares de aves, além de centenas de tartarugas e golfinhos.
"Não é tão ruim quanto poderia ter sido, mas ainda não é possível avaliar o impacto completo do vazamento para a saúde do Golfo", disse Jane Lubchenco, da autoridade meteorológica dos EUA (Noaa), órgão que está fortemente envolvido em documentar os danos ambientais.
Acompanhar a descarga enorme de petróleo e gás se revelou um enorme desafio para os funcionários federais, que têm dito repetidamente que a natureza conseguiu eliminar boa parte do material. Relatório da Noaa apontou que um quarto do petróleo que vazou evaporou ou se dissolveu na água.
Atualmente, cerca de 2 mil pessoas trabalham na limpeza do Golfo - o número chegou a 48 mil na época mais crítica. O guarda costeiro Dan Lauer, que comanda o grupo, diz que será preciso um trabalho duro até o fim do ano, talvez até mais tempo. Cerca de 120 quilômetros da costa ainda continuam com presença moderada ou forte de óleo - o ápice foi de 1.944 quilômetros.
Moratória.
O governo americano chegou a suspender as autorizações para exploração em águas profundas, mas já voltou a permitir a atividade.
Atualmente, a maioria das praias está aberta ao turismo. Mas 130 mil empresários e pescadores ainda esperam compensação pelos problemas que tiveram. / COM AGÊNCIAS
Estadão
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