SÃO PAULO - A delegada Lucy Fernandes, do 3º Distrito Policial de São Caetano do Sul, no ABC paulista, vai finalizar na próxima sexta-feira o inquérito sobre o caso do menino David Mota Nogueira, de 10 anos, que atirou na professora e se matou em seguida, em uma escola municipal da cidade no mês de setembro. A investigação deve terminar sem que ninguém seja indiciado. A delegada já recebeu os laudos do Instituto de Criminalística (IC) e está finalizando o relatório, que será encaminhado ao Ministério Público.
O indiciamento do pai do garoto, o guarda civil, Milton Nogueira, já foi descartado pela própria delegada. O policial poderia responder por negligência, mas Lucy Fernandes considera que ele já foi suficientemente punido com a morte do filho. À delegada, o pai contou que a arma utilizada pelo menino para atirar na professora e se matar em seguida, um revólver calibre 38, nunca ficava carregava. Ela ficava guardada no alto do guarda-roupa. Naquele dia, estava com balas no tambor porque Milton havia saído com pressa no dia anterior. Ele teve de levar o filho Gleisson ao dentista. O revólver era de uso pessoal do policial, que fazia bicos como segurança.
- Se ele (pai) agiu ou não com negligência, esse pai já está suficientemente punido - disse a delegada.
Ao perceber o sumiço da arma, o pai foi até a escola, chamou os filhos e perguntou se algum deles havia mexido no revólver. Como ambos negaram, o pai foi embora. A tragédia aconteceu mais tarde.
David atirou na professora Rosileide Queiros de Oliveira, de 38 anos, que foi atingida por uma bala. Em seguida, David saiu da sala, desceu uma escada e atirou contra a própria cabeça. No momento, cerca de 25 alunos estavam na sala de aula, mas nenhum deles ficou ferido. Houve correria e pânico.
Segundo o secretário municipal de Segurança Pública da cidade, Moacyr Rodrigues, não havia registro de que o menino sofria qualquer tipo de transtorno ou bullying. De acordo com os professores, ele era uma criança tranquila e não tinha problemas de indisciplina.
Os pais também relataram em depoimento à polícia, que o filho era um menino tranquilo, obediente, que tocava bateria nos cultos da igreja presbiteriana, frequentada pela família.
Em seu depoimento à polícia, o irmão de David, Gleisson, de 16 anos, contou que o menino teria dito a ele, duas semanas antes do crime: "se eu morrer, você sentirá minha falta?". O adolescente respondeu que sim, mas não levou o assunto a sério, tampouco comentou com os pais.
Ainda no depoimento, segundo a delegada Lucy Fernandes, familiares - com exceção da observação feita pelo irmão mais velho - disseram nunca ter percebido qualquer alteração no comportamento de David.
Alunos do ensino médio da Escola Municipal Alcina Dantas Feijão, onde a tragédia aconteceu, fizeram uma homenagem a David quando as aulas foram retomadas. Os estudantes, que chegaram à escola vestindo camisetas brancas debaixo do uniforme, levaram bexigas brancas e flores, rezaram o Pai Nosso e, juntos, entoaram a música "Pais e Filhos", do grupo Legião Urbana.
O Globo
O indiciamento do pai do garoto, o guarda civil, Milton Nogueira, já foi descartado pela própria delegada. O policial poderia responder por negligência, mas Lucy Fernandes considera que ele já foi suficientemente punido com a morte do filho. À delegada, o pai contou que a arma utilizada pelo menino para atirar na professora e se matar em seguida, um revólver calibre 38, nunca ficava carregava. Ela ficava guardada no alto do guarda-roupa. Naquele dia, estava com balas no tambor porque Milton havia saído com pressa no dia anterior. Ele teve de levar o filho Gleisson ao dentista. O revólver era de uso pessoal do policial, que fazia bicos como segurança.
- Se ele (pai) agiu ou não com negligência, esse pai já está suficientemente punido - disse a delegada.
Ao perceber o sumiço da arma, o pai foi até a escola, chamou os filhos e perguntou se algum deles havia mexido no revólver. Como ambos negaram, o pai foi embora. A tragédia aconteceu mais tarde.
David atirou na professora Rosileide Queiros de Oliveira, de 38 anos, que foi atingida por uma bala. Em seguida, David saiu da sala, desceu uma escada e atirou contra a própria cabeça. No momento, cerca de 25 alunos estavam na sala de aula, mas nenhum deles ficou ferido. Houve correria e pânico.
Segundo o secretário municipal de Segurança Pública da cidade, Moacyr Rodrigues, não havia registro de que o menino sofria qualquer tipo de transtorno ou bullying. De acordo com os professores, ele era uma criança tranquila e não tinha problemas de indisciplina.
Os pais também relataram em depoimento à polícia, que o filho era um menino tranquilo, obediente, que tocava bateria nos cultos da igreja presbiteriana, frequentada pela família.
Em seu depoimento à polícia, o irmão de David, Gleisson, de 16 anos, contou que o menino teria dito a ele, duas semanas antes do crime: "se eu morrer, você sentirá minha falta?". O adolescente respondeu que sim, mas não levou o assunto a sério, tampouco comentou com os pais.
Ainda no depoimento, segundo a delegada Lucy Fernandes, familiares - com exceção da observação feita pelo irmão mais velho - disseram nunca ter percebido qualquer alteração no comportamento de David.
Alunos do ensino médio da Escola Municipal Alcina Dantas Feijão, onde a tragédia aconteceu, fizeram uma homenagem a David quando as aulas foram retomadas. Os estudantes, que chegaram à escola vestindo camisetas brancas debaixo do uniforme, levaram bexigas brancas e flores, rezaram o Pai Nosso e, juntos, entoaram a música "Pais e Filhos", do grupo Legião Urbana.
O Globo
Nenhum comentário:
Postar um comentário