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quinta-feira, 1 de março de 2012
Estrangeiros ajudam arte haitiana a renascer
Os efeitos da presença estrangeira na capital do Haiti, Porto Príncipe, vão além da filantropia.
Nos últimos anos, vários hotéis, restaurantes e supermercados foram inaugurados na cidade para atender à clientela internacional, formada sobretudo por missionários e membros das cerca de 10 mil ONGs que atuam no Haiti.
Esses estrangeiros também ajudaram a florescer uma tradição artística que sofreu um duro golpe no terremoto de 2010.
Desde 1947, quando o pintor haitiano Hector Hyppolite expôs em Paris, museus da Europa e dos Estados Unidos passaram a valorizar a arte do país caribenho, marcada por cores vivas e por cenas que retratam o cotidiano e a religiosidade de seus habitantes.
O interesse mundial provocou a abertura de várias galerias de arte em Porto Príncipe nas décadas seguintes. Porém, com o terremoto em 2010, muitas galerias ruíram, e vários artistas perderam seus acervos.
O artista plástico Ilmorin Verly conta que todos os quadros que armazenava em casa foram destruídos ou furtados após o sismo.
Mas a enxurrada de estrangeiros que veio acudir o país nos meses seguintes o estimulou a retomar a produção e a expor seus quadros na rua. Os preços das obras variam entre 50 e 120 dólares.
Aos poucos, galerias tradicionais também retomam as atividades. Mas elas reclamam da dificuldade em competir com os preços das ruas e da grande quantidade de obras falsificadas em circulação.
Seja como for, num aspecto artistas de rua e donos de galerias concordam: a presença estrangeira está ajudando a preservar uma das vertentes mais ricas da cultura haitiana e tornando Porto Príncipe mais colorida.
BBC Brasil
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