quinta-feira, 1 de março de 2012

MORTOS NA ANTÁRTICA: O SACRIFÍCIO SUPREMO E A AUSÊNCIA DE HONRA.


Cada profissão tem uma lista de deveres inerentes ao seu exercício. É o cumprimento do dever profissional com desprendimento e com desapego a qualquer outra coisa que distingue o profissional de qualidade do mero ocupante de um cargo.

E, para um militar, o dever maior em sua profissão é sacrificar a vida – se preciso for – para a segurança de seu país e de seus companheiros. Desconsiderando-se policiais e bombeiros a nenhum outro profissional é pedido que faça sacrifício tão supremo.

Também é para reconhecer o valor de caráter e a coragem necessários para levar tal sacrifício a cabo, mesmo quando há muito a ser perdido, que em todas as organizações civis e militares mundo a fora existem rituais concebidos para homenagear a memória e o sacrifício desses homens e mulheres.

Faz-se minimamente necessário, no caso de militares, que o comandante-em-chefe ao menos compareça a essas homenagens – quando em tempo de paz e não havendo riscos para sua segurança – como forma de reafirmar o compromisso e o reconhecimento da nação para com aqueles que ignoraram tudo que lhes era mais caro e se sacrificaram para cumprir o seu dever maior.

Exatamente por isso, a presidente Dilma deu ontem (28/02/2012) durante a cerimônia em honra aos dois militares mortos na Estação Comandante Ferraz, um dos maiores exemplos de descaso e de ausência de honra que um comandante-em-chefe pode dar. Mostrando total incapacidade de compreensão do seu próprio dever e do alcance de um simples gesto de boa vontade.

Ao preferir comparecer a eventos eleitoreiros e sem nenhuma importância, a não ser política, inaugurando obras caça-votos no nordeste; Dilma mostrou que não se importa com os que verdadeiramente estão dispostos a dar tudo pelo país e por seus companheiros.

Na verdade, essa minha indignação, é meramente “uma frescura” de alguém que dá valor excessivo a conceitos tão abstratos quanto honra, sacrifício, caráter e força moral. No país em que vivemos, isso são coisas fora de moda e completamente descabidas.

Pensando bem, era mais do que esperado tal comportamento da presidente Dilma. Afinal de contas, desde que o PT assumiu o poder, as Forças Armadas vêm sendo sistematicamente vilipendiadas em seus recursos e seus integrantes obrigados a andar com o pires na mão para se manterem minimamente ativos.

Longe de buscar justificativas para erros do passado. Mas, como nação estrategicamente importante e detentora de vastíssimos recursos minerais extremamente cobiçados pela comunidade internacional, manter nossas Forças Armadas, nossas Bases Militares, nossos equipamentos e nosso material humano em tal nível de sucateamento, desaparelhamento e abandono é um erro que pode ter consequências terrivelmente desastrosas.

Governar para todos e não apenas para seus “cumpanheiros” espertalhões e sanguessugas é o dever de todo ocupante da cadeira presidencial. Cumprir o seu dever de comandante-em-chefe e levar, através de sua presença, um pouco de alento aos familiares daqueles que sacrificaram tudo em nome do dever era o mínimo esperado.

Isso é claro, se Dilma tivesse alguma noção do que é dever, honra e generosidade.

Pense nisso.

Visão Panorâmica

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