sexta-feira, 1 de fevereiro de 2013

Corpo de atleta vítima de incêndio é velado em quadra de basquete no RS


Matheus Raschen, de 20 anos, será enterrado em Santa Cruz do Sul.
Ele ficou quatro dias hospitalizado após incêncio na boate Kiss


O corpo de Matheus Rafael Raschen, 20 anos, está sendo velado nesta sexta-feira (1º) na quadra de basquete do Corinhtians Sport Club, de Santa Cruz do Sul, no Rio Grande do Sul. O jovem foi a vítima número 236 do incêndio na boate Kiss, em Santa Maria. Ele estava internado no Pronto Socorro de Porto Alegre, mas morreu na noite de quinta-feira (31). O corpo será sepultado às 18h no Cemitério Municipal da cidade.

Desde a manhã desta sexta, familiares e amigos se despedem de Matheus. A cerimônia ocorre embaixo de uma das cestas de basquete da quadra. Uma homenagem para quem era uma promessa no esporte. Destaque em quadra, Matheus chegou a jogar pela seleção brasileira sub-18.

"O que fica de lembrança é uma passagem dele pela nossa seleção gaúcha, ele ficou uma semana com febre, fomos jogar um jogo decisivo no Paraná e ele saiu como cestinha do jogo de forma espetacular. Era um guerreiro. Era incansável", disse Athos Calderaro, técnico de basquete do jovem.

Matheus concluiría em 2013 a faculdade de tecnologia de alimentos na Universidade Federal de Santa Maria (UFSM). Quando começou o curso, deixou o basquete de lado. Mesmo assim, o talento do camisa 7 seguiu sendo lembrado pelos colegas de time.

"Era um capitão, uma liderança. Caráter excepcional dentro e fora de quadra", comentou o amigo Marcelo Stahlecker. "Ele fazia tudo o mais correto possível. Sempre, sempre, sempre", completou outro colega, Cássio Carvalho.

Entenda

O incêndio na boate Kiss, em Santa Maria, região central do Rio Grande do Sul, deixou 236 mortos na madrugada do último domingo (27). O fogo teve início durante a apresentação da banda Gurizada Fandangueira, que fez uso de artefatos pirotécnicos no palco. De acordo com relatos de sobreviventes e testemunhas, e das informações divulgadas até o momento por investigadores:

- O vocalista segurou um artefato pirotécnico aceso.
- Era comum a utilização de fogos pelo grupo.
- A banda comprou um sinalizador proibido.
- O extintor de incêndio não funcionou.
- Havia mais público do que a capacidade.
- A boate tinha apenas um acesso para a rua.
- O alvará fornecido pelos Bombeiros estava vencido.
- Mais de 180 corpos foram retirados dos banheiros.
- 90% das vítimas fatais tiveram asfixia mecânica.
- Equipamentos de gravação estavam no conserto.

G1

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