domingo, 11 de setembro de 2011

O 11 de Setembro dez anos depois: dia de reflexão e críticas em todo o mundo

Militante de um partido religioso do Paquistão pisa na bandeira americana no 11 de setembro/Reuters...

NOVA YORK - Uma década depois dos ataques de 11 de setembro de 2001, líderes mundiais e pessoas de todas as condições fizeram uma parada para reflexão. No entanto, também houve os que repetiram o argumento de que o próprio governo americano orquestrou os ataques.

Da Austrália a Espanha, as cerimônias oficiais homenagearam as quase 3 mil vítimas de mais de 90 países que morreram nos ataques às torres gêmeas do World Trade Center, ao Pentágono e na queda do voo 93, na Pensilvânia.

Como um aviso de que a ameaça continua pairando ano ar, a polícia sueca prendeu neste domingo quatro pessoas suspeitas de planejar um atentado terrorista, ao mesmo tempo em que as autoridades em Nova York e Washington reforçaram as medidas de segurança.

Os ataques de 11 de setembro de 2001 geraram em todo o mundo uma legião de teorias conspiratórias, especialmente entre os islâmicos, que veem na tragédia a mão oculta de Israel ou dos EUA.

O ex-primeiro-ministro da Malásia Mahathir Mohamad, considerado um cáustico detrator do Ocidente, escreveu em seu blog que os muçulmanos árabes são incapazes de "planejar e executar tais ataques". Segundo ele, "não é impensável" que o ex-presidente Bush tenha mentido sobre quem é realmente o responsável pelo 11 de setembro.

Mahathir Mohamad afirmou ainda que as torres gêmeas do World Trade Center "caíram convenientemente sobre elas mesmas", em um movimento muito parecido com uma "demolição planejada dos edifícios" que desabaram.

No Paquistão, os militantes de um partido político islâmico fizeram protestos antiamericanos para lembrar o aniversário dos atentados, carregando cartazes com as teorias. No entanto, os acontecimentos e comentários apenas atraíram algumas atenções.

No Japão, muitas famílias se reuniram em Tóquio para homenagear os 23 funcionários do Banco Fuji que não conseguiram deixar os prédios. Um a um,os parentes depositaram flores diante de uma urna de crital com um pequeno pedaço de aço recuperada no Marco Zero. Não houve lágrimas, apenas emoções contidas.

Em Londres, houve uma cerimônia na Capela Grosvenor. Courtney Cowart, que quase foi soterrada viva no desabamento da torre norte do WTC, descreveu o medo que passou cinco dias depois, quando regressou ao local para uma cerimônia religiosa.

- Ao entrar no coração da escuridão fiquei aterrorizada. Fomos diminuídos pela imensidão de escombros que nos rodeavam. Era uma paisagem desprovida de cor - disse.

Na Itália, o Papa Bento 16 rezou uma missa ao ar livre em Ancona, onde pediu ao mundo que resista à "tentação do ódio" e que, em vez disso, trabalhe em prol da solidariedade, justiça e paz.

Em Paris, onde foram planejadas várias cerimônias, uma associação de "amigos" franceses dos EUA apresentou uma réplica de nove andares das torres gêmeas com os nomes das vítimas. Cerca de 150 pessoas, algumas delas carregando bandeiras americanas, se concentraram em Madri para plantar dez carvalhos americanos no Parque Juan Carlos I, em uma cerimônia presidida pelo príncipe Felipe e sua esposa Letizia.

Em Roma, o Coliseu será iluminado como mostra de solidariedade, junto com cerimônias especiais na Catedral de Notre Dame, de Paris, e a de Saint Paul, em Londres.

Por sua vez, o Talibã prometeu continuar combatendo as forças dos EUA no Afeganistão e voltou a afirmar que não participaram dos ataques.

"Cada ano, o 11 de setembro lembra os afegãos sobre um acontecimento no qual não tiveram participação", disse uma mensagem eletrônica enviada aos meios de comunicação. "O colonialismo americana derramou o sangue de milhares de afegãos miseráveis e inocentes".

Horas depois, um talibã suicida explodiu um caminhão na entrada de uma base da Otan no Afeganistão, matando dois civis e ferindo 77 soldados americanos.

O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, na reunião dominical de seu gabinete, disse que os terroristas continuam ameaçando Israel e pediu que as democracias "atuem juntas contra esta praga".

- Está claro que as ameaças seriam imcomparavelmente maiores se as forças radicais islâmicas ou regimes adquirissem armas de destruição maciça. Aí então, os terroristas permanecriam juntos e seriam capazes de agir sob a sobra nuclear de um regime extremista.

Os EUA e seus aliados invadiram o Afeganistão jno dia 7 de outubro de 2001 depois que o Talibã - que governava o país - se negou a entregar Osama bin Laden.

- Agora que Osama bin Laden está morto, a alma de meu irmão finalmente descansará em paz - disse Yambem Laba, cujo irmão caçula Jupiter Yambem morreu no ataque às torres.

O Globo

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