quarta-feira, 21 de setembro de 2011

Sob denúncia de falta de leitos para dependentes, governo de SP diz que vai dobrar o atendimento


SÃO PAULO - Em novo comunicado à imprensa, a Secretaria da Saúde de São Paulo informou que pretende dobrar o número de leitos de internação para dependentes químicos nos próximos dois anos em todo o Estado. Segundo levantamento feito pela Frente Parlamentar de Enfrentamento ao Crack e outras drogas da Assembleia Legislativa de São Paulo, quase 80% dos 645 municípios paulistas não dispõem de leitos para tratar dependentes químicos.

Neste momento, a pasta está finalizando mapeamento dos serviços existentes e da demanda para definir os locais onde serão implantadas as novas clínicas. O investimento será de R$ 200 milhões.

Dois novos serviços já estão previstos, segundo a secretaria. Na cidade de São Paulo, o Hospital das Clínicas da FMUSP terá um prédio voltado, exclusivamente, ao tratamento de dependência química. Com 52 leitos, dos quais 40 para adultos e 12 para adolescentes, o local também abrigará uma unidade do Centro de Atenção Psicossocial (Caps-ad).

Em Botucatu, o governo está investindo mais de R$ 12 milhões para a implantação do Serviço de Atendimento Psiquiátrico para Dependentes Químicos, Álcool e Drogas, que começará a funcionar no primeiro semestre de 2012. Serão 3,7 mil m² de área construída divididos em oito blocos, com 76 leitos, dos quais 10 voltados para desintoxicação.

Na análise sobre a disponibilidade de leitos para dependentes químicos, a Frente verificou que em municípios com até 5 mil habitantes, 91% não contam com leitos. Nas cidades com até 50 mil, o déficit é de 85%, enquanto o problema atinge 75% dos municípios com até 100 mil habitantes e 69% das cidades com mais de 100 mil habitantes.

O estudo, realizado em 325 cidades onde se concentram 76% da população do estado, revela ainda que apenas 12% desses municípios recebem ajuda do governo federal, a apenas 5% contam com auxílio do governo estadual. Diz ainda o documento que a maior parte dos dependentes tem entre 16 e 35 anos de idade. O levantamento mostrou ainda que o crack avança com velocidade maior nos municípios com população entre 50 mil e 100 mil habitantes.

O Globo

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