terça-feira, 18 de outubro de 2011

Justiça ouve sexta testemunha de defesa no caso dos médicos acusados de fraudar mortes


Tribunal de Justiça confirmou que júri popular deve terminar só nesta quarta-feira

A Justiça ouvia, por volta das 14h45 desta terça-feira (18), a sexta testemunha de defesa no julgamento dos médicos acusados de fraudar mortes para traficar órgãos foi retomado em Taubaté, no interior de São Paulo. Outras duas pessoas deverão ser ouvidas ainda nesta tarde, no Fórum Desembargador Paulo da Costa Oliveira, informou o Tribunal de Justiça do Estado.

A denúncia do Ministério Público aponta que os médicos Paulo Henrique Masiuan, Rui Noronha Sacramento e Mariano Fiore Júnior usavam diagnósticos falsos de morte encefálica para extrair os rins dos pacientes, para fins de transplante. O primeiro dia de júri popular, nesta segunda-feira (17), ouviu sete testemunhas de acusação.

O julgamento começou na segunda-feira (17) e foi retomado nesta manhã. A previsão é de que o júri popular só termine na quarta-feira (19), mas sem horário previsto.

No total, dez pessoas foram convocadas para dar depoimento em defesa dos réus. A oitiva de uma delas aconteceu ontem e outra testemunha foi dispensada nesta manhã. No horário, duas pessoas ainda aguardavam para serem ouvidas. Em seguida, será a vez dos médicos acusados Paulo Henrique Masiuan, Rui Noronha Sacramento e Mariano Fiore Júnior se defenderem das acusações de fraude na morte de pacientes.

O júri ainda prevê ainda os debates entre a promotoria do Ministério Público e os advogados que representam os médicos acusados. Depois disso, as pessoas que formam o júri popular se reunirão em uma sala privada para decidirem se os profissionais são ou não culpados.

Histórico

Pedro Henrique Masjuan Torrecillas, Rui Noronha Sacramento e Mariano Fiore Júnior são acusados de quatro homicídios dolosos contra os pacientes Miguel da Silva, Alex de Lima, Irani Gobo e José Faria Carneiro, que morreram entre setembro e dezembro de 1986.

Depois da operação, o neurocirurgião e legista Mariano Fiori concluía como causa mortis exclusivamente as lesões cerebrais experimentadas pelas vítimas (traumatismo craniano, raquimedular ou aneurisma), ocultando a causa direta e eficiente das mortes: a retirada dos rins dos pacientes.

Os prontuários médicos e os laudos das angiografias cerebrais relativos a esses pacientes foram apreendidos e submetidos à análise de peritos, que concluíram que as vítimas não tinham diagnóstico seguro de morte encefálica apta a amparar a realização das cirurgias de retirada dos rins.

Também foram denunciados pelos mesmos crimes os médicos Antônio Aurélio de Carvalho Monteiro, que faleceu no ano passado, e José Carlos Natrielli de Almeida, que acabou impronunciado a pedido do Ministério Público.

R7

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