Para Guido Palomba, só uma pessoa "gelada" é capaz de esquartejar alguém
Um dos mais renomados psiquiatras forenses do País, Guido Palomba identificou na viúva do executivo da Yoki, Marcos Matsunaga, uma frieza além do normal. Em entrevista ao R7, o especialista afirmou que enxerga em Elize Matsunaga, uma “ausência completa de remorso”, o que, segundo ele, fez acender a “luz amarela”.
A bacharel em direito está presa desde o dia 5 de junho, por matar e esquartejar o marido, com quem teve uma filha. Ela transportou os pedaços do corpo em malas e os desovou em diferentes pontos da região de Cotia, na Grande São Paulo.
Na semana passada, o Ministério Público Estadual manifestou-se contrário ao pedido de liberdade para a acusada. Em seu parecer, o procurador de Justiça Antônio Calil Filho argumentou que "a periculosidade demonstrada pela conduta da paciente autoriza a conclusão de que ela poderá cometer novos crimes, caso seja libertada".
Palomba enfatiza que somente uma pessoa “gelada” é capaz de esquartejar alguém.
— É um crime que exige uma frieza afetiva muito grande. A pessoa para praticar um esquartejamento, obrigatoriamente, tem que ser gelada. Nenhuma pessoa na face da terra pratica um esquartejamento sem ser frio. O que mais se extrai do comportamento dela? É a ausência completa de remorso. Acende-se a luz amarela. Para dizer se ela é psicopata ou não, é preciso fazer uma avaliação, mas a luz amarela está acesa.
Semanas após ter confessado os crimes à polícia, Elize divulgou uma carta em que se dizia arrependida. Ao ser interrogada, a acusada afirmou que atirou no empresário durante uma discussão por ciúme – Marcos teria um caso com uma garota de programa. A hipótese de crime passional foi contestada pelo promotor José Carlos Cosenzo, que considera o dinheiro do herdeiro da Yoki a principal motivação do assassinato.
Palomba também não vê indícios de crime passional.
— Na minha concepção, não é um crime passional. Todo crime passional exige o elemento ciúmes. E em todo crime cometido por ciúmes, 24, 48 horas depois há um arrependimento. Normalmente, quem se arrepende, tenta o suicídio ou entra em um quadro depressivo imenso.
Elize matou e esquartejou o marido no dia 19 de maio. Até ser descoberta no início de junho, tentou prosseguir com sua rotina para não levantar suspeitas. Quatro dias depois do homicídio, por exemplo, ela teria ido, mesmo aparentando abatimento, ao salão de cabeleireiro, onde fez unhas, escova e retocou a raiz.
A bacharel em direito, conforme a polícia, invadiu ainda o e-mail do marido, já morto, na tentativa de enganar a família dele.Passando-se por Marcos, Elize enviou uma mensagem para os parentes do empresário.
De acordo com o psiquiatra forense, o comportamento é compatível com o esquartejamento.
— É o conjunto de sinais e sintomas de uma pessoa que é gelada.
Palomba não falou em premeditação, mas avaliou a possibilidade de a acusada ter imaginado o crime antes de executá-lo.
— Na minha leitura, eu acho que esse crime já devia ter passado na cabeça dela. Ela já tinha dito a ela mesma que ele iria morrer, mas só não sabia o momento. Acho que ela pensou esse crime muito antes. E não foi uma coisa que a pegou de surpresa. Acho que ela tinha trabalhado na cabeça dela esta possibilidade.
R7
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