terça-feira, 31 de julho de 2012

Justiça permite que ex-mulher de pedófilo cumpra pena em convento

Um tribunal da Bélgica permitiu nesta terça-feira que Michelle Martin, ex-mulher de Marc Dutroux, pedófilo e assassino cujo caso ganhou repercussão global, cumpra sua pena em um convento.

A decisão sobre sua condicional chegou após a aceitação de um convento em Namur, no sul do país.

No ano passado, um pedido semelhante feito a um convento na França foi negado.

Ela já cumpriu 16 anos de uma sentença de 30 após ter sido considerada cúmplice de Dutroux no assassinato de ao menos duas meninas.

Martin também ajudava o ex-marido a manter as crianças reféns.

Dutroux foi preso em 1996 e condenado em 2004 pelo sequestro e estupro de seis meninas. Ele também matou duas delas e causou a morte de outras duas.

As duas meninas mortas com a ajuda de Marin foram encontradas enterradas no quintal do casal, após morrerem de fome no porão dos dois belgas.

'Desafio'A decisão foi tomada devido à aprovação da Justiça para o pedido de condicional feito pelos advogados de Martin e a aceitação do convento em abrigá-la.

Em comunicado, a instituição religiosa disse que receber a criminosa será um "desafio" e deixou claro que as freiras estão muito afetadas pelo sofrimento das famílias.

"Como poderemos conciliar estas duas realidades? Não será fácil, como mulheres, nossos corações estão muito perturbados, mas decidimos acolher ambos sofrimentos como um só", disseram as religiosas no documento lido na corte.

Jean-Denis Lejeune, pai de Julie Lejeune, uma das meninas vítimas de Dutroux, reagiu ao anúncio da Justiça.

"Ninguém nos consultou, e agora ela vai viver como uma mulher praticamente livre a apenas 60 quilômetros de distância. Legalmente somos impotentes para para fazer qualquer coisa sobre isso. Os direitos das famílias estão sendo desrespeitados pela lei", disse.

A família de Eefje Lambrecks, a outra menina morta pelo casal, também se disse contrária à decisão, já que Martin "nunca demonstrou nenhum arrependimento sincero".

Psiquiatras também alertaram as autoridades de que Martin ainda pode representar um risco à sociedade, o que aumenta a polêmica em torno do assunto.

No convento, ela não poderá falar com a imprensa e nem sair do local sem a supervisão das freiras, mas dentro de dez anos poderá ser considerada totalmente livre.

BBC Brasil

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