Escola Glauber Rocha teve o 3º maior Ideb entre os anos finais do ensino fundamental
A Escola Municipal Glauber Rocha, no bairro da Pavuna, na zona norte do Rio, é definido por seus alunos como uma "casa". Para a direção da escola, trata-se de uma "ilha no meio da violência". A unidade tirou a terceira melhor nota do Ideb (Índice de Desenvolvimento da Educação Básica) no ranking nacional de escolas públicas referente aos anos iniciais do ensino fundamental (do primeiro ao quinto ano) (8,5).
A escola é considerada uma "ilha" em meio ao violento complexo de favelas da Pedreira, marcado por diversos confrontos entre traficantes e policiais. Para Mamay Mendes, mãe de Wilner Mendes Motta, aluno do 9º ano, o diferencial da escola é a união.
— Quando decidi colocá-lo no colégio, vim até aqui e conversei com a direção, com os professores, e vi que era feito um trabalho diferente. Os professores são amigos dos pais e sempre nos chamam para ajudar.
Já para a diretora da escola, Ioliris Paes, desde 1996 à frente da unidade, o desempenho no Ideb é resultado de um trabalho em três pilares fundamentais.
— A parceria com a comunidade, que nos apoia e ajuda, o incentivo à leitura e a atenção individual, com o reforço escolar. Como trabalhamos em período integral, conseguimos atuar em diversas frentes e trabalhamos com a autoestima, para que eles se tornem grandes pessoas.
Mas, segundo ela, nem tudo é favorável. Ioliris diz que, quando assumiu a direção da escola, o cenário era o oposto.
— Quando me tornei diretora, a escola era vazia. Ninguém queria estudar aqui. Tudo estava destruído. As famílias não queriam ver seus filhos aqui. Só tínhamos 89 alunos. E, logo no primeiro ano, fizemos a festa da restauração. Reformamos a escola e toda a comunidade foi convidada. Foi o primeiro passo para uma grande transformação. Atualmente temos mais de 500 alunos, com todas as salas cheias.
Ela diz acreditar que a fórmula pode dar certo em outros locais e sonha com uma grande mudança na educação brasileira.
— Nós somos uma ilha no meio da violência, nos unimos e nos tornamos uma família. Com isso, conseguimos ajudar os alunos e o nosso bairro. Nasci na Pavuna e fico feliz em conseguir demonstrar para o Brasil que ainda podemos lutar pela educação de qualidade e que, com pequenos atos, podemos conseguir grandes resultados.
A aluna Sara Lorraine, de nove anos, diz que não é só de livros que vive a Glauber Rocha. Perguntada se trocaria de escola, ela foi enfática.
— Aqui eu gosto de tudo, fazemos educação física, vemos filmes e ainda fazemos passeios. Já fomos no planetário e até no Jardim Zoológico. Não trocaria de escola por nada. Aqui é minha segunda casa.
R7
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