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terça-feira, 14 de agosto de 2012
Mais de 70% dos estupros no Rio acontecem em casa; 53% das mulheres têm menos de 14 anos, diz ISP
Relatório de 2011 revela que, na maioria dos casos, as vítimas conheciam os agressores
O Dossiê Mulher, divulgado pelo ISP (Instituto de Segurança Pública), nesta terça-feira (14), analisou os números de violência contra a mulher em 2011 e constatou que os principais crimes contra o sexo feminino – estupro, ameaças, homicídios e lesão corporal – aumentaram de 2010 para 2011. Grande parte dos delitos praticados ainda ocorre em ambiente familiar: 70,9% dos estupros, 58,1% de lesões corporais e 62,5% das ameaças. Outro dado mostra que, do total de vítimas estupradas, 53,6% eram meninas de até 14 anos de idade.
Em 50,2% dos casos de estupro, as vítimas conheciam os agressores (companheiros, ex-companheiros, pais, padrastos, parentes e conhecidos); 30,5% tinham relação de parentesco com a vítima (pais, padrastos, parentes); e 10,1% eram companheiros ou ex-companheiros.
Ao analisar este tipo de crime por área, verificou-se que a maior incidência de vítimas ocorreu em Nova Iguaçu, na baixada, com 435 vítimas. Entretanto, a maior taxa de vitimização em relação à população feminina foi verificada em Seropédica, Itaguaí, Paracambi, Queimados e Japeri - 8,58 em cada 10 mil mulheres.
A analista criminal do ISP, major Claudia Moraes, lembrou que a lei Maria da Penha, que completa sete anos de existência neste mês de agosto de 2012, mudou a forma das pessoas de encarar o abuso contra o sexo feminino.
— Não houve diminuição dos crimes contra a mulher com a lei Maria da Penha. Houve até um aumento das notificações. Isso não quer dizer que houve aumento dos crimes, mas elas estão mais seguras e com mais coragem para denunciar esses crimes.
Ainda de acordo com o dossiê, as maiores incidências dos abusos contra as mulheres ocorreram na Baixada Fluminense e na zona oeste da capital.
Homicídios dolosos e tentativa de homicídio
Do total de homicídio doloso, 7,1% eram mulheres. Esse delito apresentou um aumento de 1,3% no total em relação a 2010, com média mensal de 25 mulheres vítimas. Das 303 mulheres assassinadas, 34,3% tinham entre 18 e 34 anos e 19,1% conheciam os agressores.
Em relação à tentativa de homicídio, foi constatado que 16% das vítimas eram mulheres, 51,6% delas conheciam os acusados, sendo que 37,8% das vítimas eram os ex-companheiros ou companheiros.
Ameaças e lesão corporal
As ameaças contra mulheres registraram o número de 54.253, um aumento de 8,6% em relação ao ano de 2010. São, aproximadamente, 147 vítimas por dia.
Somente na área dos municípios de Nova Iguaçu, Mesquita e Nilópolis, que apresentou o maior número de vítimas em 2011, foram registradas 4.193 ameaças contra mulheres. Quase metade das vítimas de ameaça (49,4%) tinha o companheiro ou ex-companheiro como o provável autor desse delito. Sofreram ameaças por parte de pais ou parentes 10,7% das mulheres, e 12,5% delas foram vítimas de pessoa conhecida ou próxima.
O delito lesão corporal dolosa apresentou um aumento de 7,2% no total de mulheres vítimas em comparação com 2010. No ano de 2011, mais 3.644 mulheres sofreram lesão corporal. Do total de vítimas do sexo feminino, mais da metade (54,9%) tinha entre 18 e 34 anos. Do total de vítimas, 51,8% eram companheiras ou ex-companheiras dos acusados.
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