terça-feira, 14 de agosto de 2012

Policial queimado por bandidos em SP atuou como perito no caso Nardoni


O policial civil Ricardo Averbach Rebouças, 31, que foi atacado por três criminosos na noite de domingo no Jardim Aeroporto, zona sul de São Paulo, e teve parte do seu corpo (costas e pernas) queimado, atuou na investigação da morte da menina Isabella Nardoni, 5, em 2008.

Rebouças atuava como perito criminal na Polícia Técnico-Científica paulista. Ele está internado na UTI do Hospital São Paulo e não corre risco de morrer, segundo investigadores que tentam descobrir por quem e por que ele foi atacado.

Logo depois de ser queimado, Rebouças disse aos policiais que investigam o atentado que os criminosos tentaram matá-lo ao descobrir sua carteira funcional no bolso traseiro de sua calça.

Mas a polícia também investiga se Rebouças foi alvo de vingança motivada por questões profissionais ou até mesmo passionais.

Além da atuação no caso Nardoni, ele é investigado pela Corregedoria por uma recente briga com uma perita.

CRIMINOSOS NA MOTO

Rebouças foi atacado por dois motoqueiros quando estava em seu carro, um Ford Focus, na pista sentido centro da avenida Washington Luís. Ele voltava da casa de sua namorada, também na zona sul de São Paulo.

O perito disse aos policiais que teve seu veículo cercado por dois criminosos em uma moto de pequeno porte e, sob a mira de uma arma, foi obrigado a seguir até a rua Capiberibe, onde um terceiro criminoso estava.

Rebouças relatou aos investigadores que, ao ser revistado, os criminosos acharam sua carteira funcional e gritaram: "Verme, você vai morrer!". O policial civil estava desarmado.

Colocado no banco traseiro de seu carro, Rebouças teve o corpo embebido por combustível, assim como seu carro, e acabou queimado.

Os criminosos chegaram a colocar um pedaço de estopa na entrada do tanque de combustível do veículo do perito, mas o carro não chegou a explodir no ataque.

Em chamas, Rebouças foi socorrido por moradores da rua Capiberibe. Os moradores relataram ter ouvido duas explosões antes de encontrar o perito queimado.

Os três criminosos fugiram sem roubar nada. Até ontem à noite, os investigadores do caso não haviam localizado nenhuma câmera de segurança cujas imagens pudessem ajudar a identificar os três criminosos descritos pelo perito.

Folha OnLine

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