sábado, 31 de outubro de 2009

Câmara vai discutir Alienação Parental


O caso do menino de 8 anos que foi subtraído da mãe Alethea Albuquerque, 34 anos, será discutido na sala de comissões da Câmara de Vereadores do Recife na próxima quarta-feira. A reunião foi requerida pela vereadora Aline Mariano (PSDB) - presidente da Comissão de Direitos Humanos -, e deve contar com a participação de representantes da Gerência de Proteção à Criança e ao Adolescente (GPCA), do Ministério Público e da Ordem dos Advogados do Brasil. O encontro é mais uma forma de discutir a Síndrome de Alienação Parental, que vem se tornando frequente em situações de divórcio ou disputa pela guarda de filhos no estado.
A alienação pode acontecer quando um pai ou mãe tenta desconstruir a imagem do outro perante a criança e vai cortando, aos poucos, os laços de contato e amor. Nesse caso específico, a promotora Mônica Elrine de Souza Leão Lima, da 4ª Vara de Família do Recife, desconfia que a família paterna está impondo um ambiente de tensão ao menino. Em 2006, ele foi morar com a mãe no município de São Gabriel da Cachoeira, no Amazonas, mas está sendo impedido de vê-la desde o dia 4 de julho, quando veio passar férias no Recife com o pai e os avós. O garoto chegou a dizer, em depoimento à promotora, que não queria voltar porque a mãe criava uma onça na residência onde vive, numa Vila Militar. "É para rir a história que uma onça podia pegar meu filho lá em casa", retrucou Alethea
Em contrapartida ao apoio que a mãe está conseguindo para ter o filho de volta junto à Comissão de Direitos Humanos, o avô, que é advogado, vai pedir a suspeição do juiz da 4ª Vara da Família, que atua juntamente com Mônica Erline. Ele alega que o juiz concedeu a guarda à família paterna e, seis dias depois, revogou a decisão. Tudo com base num segundo parecer dado pela promotora, no qual ela levanta a hipótese de o menino ter sido induzido a mentir sobre a vida que tinha no Amazonas. Segundo o avô, a promotora não tem capacidade de fazer juízo de valor e cogitar, sem a presença de um psicólogo, que o menino poderia sofrer de alienação parental.
Questionado se era possível criar uma onça em uma vila militar, como o menino disse em depoimento, o avô afirmou positivamente. "Sim. Não fomos nós que o induzimos a falar isso", disse, ontem, ao Diario, dois dias depois de garantir que o garoto subiu numa goiabeira e arriscou-se a ser mordido por uma cobra sucuri.
O avô assegurou que não vai levar o menino ao Centro de Apoio Psicossocial do TJPE, como pediu a promotora, porque há um mandado de busca e apreensão em aberto em favor da mãe. "Se eu o levasse lá, ele sairia preso", exagerou. Para o avô, o que precisa ser levado em conta é a vontade da criança, que não quer mais morar no Amazonas. "Eu aceito que a Justiça faça um acompanhamento psicológico desde que a vontade dele seja respeitada. Ele ama a mãe, sente saudades dela, mas não quer voltar", arrematou.

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Fonte: Diário de Pernambuco

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