segunda-feira, 11 de abril de 2011

Identificação com criminosos que mataram e cometeram suicídio em seguida


Identificação com criminosos que mataram e cometeram suicídio em seguida

Rio - O relato deixado pelo próprio Wellington revela que ele se identificava com massacres semelhantes ocorridos em ambiente escolar. Numa segunda carta encontrada pela polícia, ele parabeniza Casey Heynes, o australiano vítima de bullying que apareceu em vídeo da Internet revidando a agressão de um colega de escola. Em outro trecho, o assassino de Realengo chama de ‘irmãos’ outros dois criminosos: Cho Seung-Hui, universitário que matou 32 colegas de faculdade nos Estados Unidos, em 2007; e Edmar Aparecido Freitas, que feriu oito pessoas do colégio onde estudou, no interior de São Paulo. Os dois ‘ídolos’ de Wellington também cometeram suicídio depois dos crimes.

Parentes e vizinhos do atirador relataram que ele sempre apresentou comportamento incomum. Era sempre calado, introspectivo e com ideias que deixavam a família assustada. O primo L., em depoimento à Divisão de Homicídios, na semana passada, disse que Wellington falava em ‘jogar um avião no Cristo Redentor e até treinava com um jogo de computador que ensinava como pilotar um avião’.

De acordo com o coordenador e chefe do setor de Neuropsiquiatria Infanto Juvenil da Santa Casa de Misericórdia, Fábio Barbirato, nem todo paciente psiquiátrico apresenta agressividade. “Se há um traço de agressividade na personalidade e um ambiente que não o favorece, como discriminação ou bullying, por exemplo, pode contribuir para o aumento da agressividade ou um quadro obsessivo”, explicou o médico.

O especialista ressaltou que o diagnóstico precoce e o tratamento correto poderiam ter evitado a tragédia. “As pessoas acham que um diagnóstico psiquiátrico pode rotular uma criança. Esse caso serve de alerta para a sociedade”.

Manhã de 7 de abril de 2011. São 8h20 de mais um dia que parecia tranquilo na Escola Municipal Tasso da Silveira, em Realengo, Zona Oeste. Mas o psicopata que bate à porta da sala 4 do segundo andar está prestes a mudar a rotina de estudantes e professores, que festejam os 40 anos do colégio. Wellington Menezes de Oliveira, um ex-aluno de 24 anos, entra dizendo que vai dar palestra. Coloca a bolsa em cima da mesa da professora, saca dois revólveres e dá início a um massacre em escola sem precedentes na História do Brasil. Nos minutos seguintes, a atrocidade deixa 12 adolescentes mortos e 12 feridos.

Transtornado, o assassino atacou alunos de duas turmas do 8º ano (1.801 e 1.802), antiga 7ª série. As cenas de terror só terminam com a chegada de três policiais militares. No momento em que remuniciava dois revólveres pela terceira vez, o assassino é surpreendido por um sargento antes de chegar ao terceiro andar da escola. O tiro de fuzil na barriga obriga Wellington a parar. No fim da subida, ele pega uma de suas armas e atira contra a própria cabeça.

Na escola, a situação é de caos. Enquanto crianças correm — algumas se arrastam, feridas —, moradores chegam para prestar socorro. PMs vasculham o prédio, pois havia a informação da presença de outro atirador. São mais cinco minutos de pânico e apreensão. Em seguida, começa o desespero e o horror das famílias.

A notícia se alastra pelo bairro. Parentes correm para a escola em busca de notícias. O motorista de uma Kombi para em solidariedade. Ele parte rumo ao Hospital Albert Schweitzer, no mesmo bairro, com seis crianças na caçamba, quase todas com tiros na cabeça ou tórax.

Wellington, que arrasou com a vida de tantas famílias, era solitário. Segundo parentes, jamais teve amigos e passava os dias na Internet ou lendo livros sobre religião. Naquela mesma escola, entre 1999 e 2002, período em que lá estudou, foi alvo de ‘brincadeiras’ humilhantes de colegas, que chegaram a jogá-lo na lata de lixo do pátio.

A carta encontrada dentro da bolsa do assassino tenta explicar o inexplicável. Fala em pureza, mostra uma incrível raiva das mulheres — dez dos 12 mortos — e pede para ser enrolado num lençol branco que levou para o prédio do massacre. O menino que não falava com ninguém deixou seu recado marcado com sangue de inocentes estudantes de Realengo.



O DIA ONLINE

Um comentário:

  1. Me desculpem as várias opiniões, mas nada me convenceu ainda de que esse assasssino vivia isolado como dizem, afinal ele saia para trabalhar, como se sustentava? Ele citou nomes em suas cartas, ele tinha idolos,ele se relacionava com alguém de alguma forma, cadê essas pessoas? Estão anônimas porquê?Cadê seu grupo de amizades? Essa história de bullyn pra mim é só uma farsa que aliás ele nem apresenta características para tais rejeições. Autoridades brasileiras, cadê o grupo de amizades desse assassino?

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