quinta-feira, 9 de junho de 2011

Força aérea alerta para chegada de fumaça de vulcão a Porto Alegre, e empresas cancelam voos no RS


PORTO ALEGRE e BRASÍLIA- A Força Aérea Brasileira anunciou no final da tarde desta quinta-feira, 9 de junho, que a camada de fumaça expelida pelo vulcão chileno Puyehue pode atingir a capital do Rio Grande do Sul no final da noite, caso as condições atmosféricas se mantenham. Gol, TAM, Webjet e Azul cancelaram seus voos com Porto Alegre.

A nuvem de cinza vulcânica chegou a Bagé no início da tarde e há perspectiva de que alcance também o espaço aéreo de Santa Maria e Uruguaiana, além de Porto Alegre. As informações são do Centro de Gerenciamento da Navegação Aérea (CGNA), que acompanha em tempo real a evolução do cenário no Cone Sul e foram confirmadas pelo Centro de Monitoramento da Argentina.

O CGNA alerta, entretanto, que não há necessidade de interromper voos em razão da diferença de altitude entre a camada de fumaça e o nível onde se realizam as operações aéreas no Brasil, respectivamente 7,5 km e 11 km de altitude.

Ainda assim, as companhias Gol (desde as 18h30), TAM (a partir das 21h), Webjet (desde as 21h Azul) e (de 22h em diante) cancelaram preventivamente toda a sua operação no estado. As operações nos aeroportos de Buenos Aires (Argentina) e de Montevidéu (Uruguai) estão paradas pelo mesmo motivo.

Entre 18h30m e meia-noite, a Gol cancelou 22 voos com destino, origem ou escala em Porto Alegre, a maioria deles doméstico. Na Azul , são oito os voos com a capital gaúcha cancelados, e na TAM , 15. A Webjet suspendeu 12.

Principal risco é de danos em aviões
Segundo Ronaldo Jenkins, diretor do Snea (Sindicato Nacional de Empresas Aeroviárias), o principal risco causado pelas cinzas de vulcão é o de danos a aeronaves.

- Elas podem criar problemas que vão desde o desgaste de peças até o apagamento do motor. Estamos acompanhando passo a passo as informações e, até agora, tudo indica que são cinzas de baixa densidade - explica. - Este é o maior impacto que já tivemos por conta da erupção de um vulcão na região.

Desde que surgiram as notícias sobre o espalhamento das cinzas do vulcão foi aberta uma sala de crise no CGNA (Centro de Gerenciamento de Navegação Aérea), órgão vinculado ao Decea (Departamento de Controle do Espaço Aéreo). Lá, representantes de companhias aéreas, da Infraero, da Anac (Agência Nacional de Aviação Civil) e da Aeronáutica monitoram os dados meteorológicos e verificam se é necessário interromper as operações em determinada localidade.

- A situação é preocupante. As cinzas prejudicam muito as aeronaves, não vou colocar avião da companhia para voar em nuvem de poeira vulcânica - afirmou Miguel Dau, diretor de Operações da Azul.

Segundo a Anac, a orientação para o passageiro é checar antes da viagem com a companhia aérea se o voo está mantido. Caso ele tenha sido cancelado, o passageiro pode exigir o reembolso se quiser cancelar o bilhete ou se estiver fora do local de origem, cobrar da companhia a hospedagem, de acordo com a Resolução 141 da agência.


O Globo

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