Willian de Paula, outro ex-PM envolvido no crime, foi condenado a sete meses de detenção em regime aberto pelo crime de lesão corporal leve em dezembro de 2008. Entretanto, a sentença foi anulada e ele deve enfrentar novo júri popular. A Promotoria recorreu do primeiro julgamento por entender que Willian de Paula também teve envolvimento na morte.
Ao falar no júri, Elias Gonçalves negou envolvimento nos disparos que mataram o menino. Ele disse que atirou apenas uma vez para intimidação. Em seu depoimento, Gonçalves culpou William de Paula, que estava com ele na viatura, e diz que não havia se pronunciado antes por medo e pressão do colega.
- Desde o começo, sabia que o carro de Alessandra não era o veículo que perseguíamos. Por isso, não entendi quando escutei os tiros e vi William gritando. Dei um tiro, mas não em direção ao carro, apenas para ver a ameaça que William estava vendo.
Gonçalves disse que viu quando a mãe de João Roberto jogou a bolsa para fora do carro - ela fez isso com a intenção de que os policiais percebessem que atiravam em um carro com crianças dentro. O ex-PM disse que, nessa hora, William levou a mão à cabeça e percebeu o erro. O ex-policial diz que portava uma pistola e seu colega estava com duas armas, uma delas um fuzil.
- Estou humilhado e não pude me defender. Não é destruindo outra família que se faz justiça. Tenho certeza que não atirei naquele carro.
De acordo com o advogado de Elias Gonçalves, o defensor público Marcelo Fonseca, o documento de controle da munição do batalhão da PM ao qual pertenciam os policiais foi a principal prova para a absolvição.
- Trabalhamos no julgamento com provas dos laudos periciais e com o documento de controle de munição do batalhão que comprova que Elias atirou apenas uma vez, enquanto William atirou 21 vezes.
Relembre o caso
O menino João Roberto foi baleado no dia 7 de julho de 2008, durante uma ação de PMs na Tijuca. Ele morreu com um tiro na cabeça no carro em que estava com sua mãe e o irmão de nove meses. O carro foi confundido com um veículo usado por bandidos.
A Justiça condenou o Estado a pagar R$ 900 mil de indenização por danos morais à família de João. Os policiais militares Willian de Paula e Elias Gonçalves foram indiciados por homicídio doloso qualificado.
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