RIO - Policiais federais do Rio estão cumprindo, na manhã desta sexta-feira, mandados de prisão de traficantes e de busca e apreensão em dezenas de endereços na Região Metropolitana do estado. O objetivo é desarticular uma grande quadrilha de traficantes de drogas que atuava no Rio a partir do Complexo do Salgueiro, em São Gonçalo, com apoio e participação de policiais militares do 7º BPM (São Gonçalo). Foi do batalhão da Polícia Militar de São Gonçalo que saíram os policiais militares acusados de executar a juíza Patrícia Acioli. Ao todo, 22 policiais militares foram identificados nas investigações. Eles foram presos no mês passado por determinação judicial.
A investigação teve início no mês de outubro de 2009, com o objetivo de apurar os envolvidos com o tráfico de drogas no Complexo do Salgueiro, considerado atualmente pela PF um dos maiores entrepostos de drogas do estado. Durante as investigações, diálogos comprometedores foram interceptados pelos policiais federais com autorização judicial. Os traficantes são da mesma organização criminosa que dominava o tráfico nos complexos da Penha e do Alemão, ocupados por forças federais há um ano para a implantação de uma Unidade de Polícia Pacificadora (UPP). Os policiais federais identificaram ainda que o grupo de traficantes atuava no estado em parceria com bandidos da facção criminosa de São Paulo praticando assaltos, tráfico de drogas e rebeliões em presídios. A quadrilha de São Gonçalo era comandada de dentro do Complexo Penitenciário de Bangu, pelo traficante Antônio Ilário, o Coroa ou Rabicó.
Nas investigações, os policiais federais descobriram o envolvimento de diversos policiais militares lotados na época no 7º BPM em crimes como tráfico de drogas e extorsão. Em algumas escutas, os PMs são flagrados pedindo dinheiro aos bandidos, falando sobre sequestros parentes e membros da quadrilha e até ordenando assassinatos.
Segundo relatórios da PF e do MP estadual obtidos pelo GLOBO, a identificação dos policiais flagrados nas escutas telefônicas foi possível em razão das datas, das escalas de serviço, da composição das guarnições e do teor dos diálogos travados em comparação com as informações prestadas pela Corregedoria Geral Unificada sobre a qualificação, escalas de plantão e números e placas de viaturas utilizadas. Os federais também usaram um exame minucioso de con fronto de padrão de voz.
O Globo
Nenhum comentário:
Postar um comentário