sexta-feira, 1 de junho de 2012

20,9 milhões de pessoas no mundo são vítimas de trabalho forçado


3 em cada mil pessoas estão presas em empregos que lhes foram impostos por meio de coração ou de engano, diz estudo da Organização Internacional do Trabalho (OIT)

Há hoje 20,9 milhões de pessoas no mundo vítimas de trabalho forçado. Ou seja, cerca de três em cada mil cidadãos estão presos em empregos que lhes foram impostos por meio de coação ou de engano. Nessas situações também podem ser incluídos o tráfico de seres humanos ou práticas análogas à escravidão. Os dados são de um estudo divulgado nesta sexta-feira (1º) pela Organização Internacional do Trabalho (OIT).

"O tráfico de seres humanos também pode ser considerado trabalho forçado e, assim, essa estimativa capta o tráfico de seres humanos para exploração laboral e sexual ou o que alguns chamam de escravidão moderna", descreve o estudo. O último relatório da organização sobre o assunto havia sido divulgado em 2005.

Quem são os trabalhadores encontrados em situação de escravidão no Brasil

De acordo com o levantamento, o sexo feminino representa 55% (11,4 milhões) do total de trabalhadores forçados, enquanto o masculino soma 9,5 milhões (45%). Além disso, os adultos são mais afetados do que as crianças: 74% (15,4 milhões) das vítimas são maiores de 18 anos e 26% (5,5 milhões) estão abaixo dessa faixa etária.

Região
A região da Ásia e do Pacífico apresenta o número mais alto de trabalhadores forçados no mundo: 11,7 milhões (56%). Em seguida vem a África, com 3,7 milhões (18%), e a América Latina, com 1,8 milhão de vítimas (9%). Nos países da Europa Central e do Leste Europeu são registrados 1,6 milhão (7%) de pessoas trabalhando de forma forçada. Nas economias desenvolvidas e na União Europeia há 1,5 milhão (7%), enquanto no Oriente Médio, o número de vítimas é estimado em 600 mil (3%).

Campo de trabalho
O estudo mostra ainda que 90% dos trabalhadores (18,7 milhões) são explorados na economia privada, por indivíduos ou empresas. Desses, 4,5 milhões (22%) são vítimas de exploração sexual forçada e 14,2 milhões (68%) são forçados em atividades econômicas como agricultura, construção civil, trabalho doméstico ou industrial.

Além disso, 2,2 milhões (10%) são vítimas de trabalho forçado imposto pelo Estado – como nas penitenciárias, o que viola as normas da OIT – ou por forças armadas rebeldes ou exércitos nacionais.

Migração
O documento também aborda a migração. Há 9,1 milhões de vítimas (44%) que estão presas no trabalho forçado após um processo migratório, ou seja, um deslocamento dentro de seus países ou para o exterior. A maioria dessas pessoas, 11,8 milhões (56%), está submetida a trabalho forçado em seus países de origem ou residência.

"Os deslocamentos entre fronteiras estão estreitamente vinculados à exploração para fins sexuais. Em contrapartida, a maioria dos trabalhadores forçados em atividades econômicas e quase todos os que são vítimas de trabalho forçado imposto pelo Estado não se afastaram de suas áreas de origem”, mostra o estudo.

Época

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