Além da cirurgiã, uma pediatra e um oftamologista do Rios D'Or também serão ouvidos
A Polícia Civil do Rio vai ouvir na tarde desta quarta-feira (11) os médicos que atenderam o menino Bruno Lima Furtado, de um ano e sete meses, que teve a pálpebra do olho esquerdo colada com cola cirúrgica no Hospital Rios D’Or, na zona oeste.
Além da cirurgiã que causou o incidente, uma pediatra e um oftalmologista da unidade também vão prestar depoimento na Delegacia do Tanque (41ª DP).
Na segunda-feira (9), o menino passou por um exame de corpo de delito no IML (Instituto Médico Legal), na Leopoldina, região central do Rio. De acordo com a titular 41ª DP, a delegada Martha Cavallieri, o exame é fundamental para a conclusão das investigações, já que o resultado, além de diagnosticar a gravidade do ferimento, deve qualificar o delito cometido.
Quatro banhos por dia
A rotina dos pais do pequeno Bruno mudou radicalmente depois que o menino teve a pálpebra do olho esquerdo colada na semana passada. Há quase uma semana sem trabalhar, a mãe, a meteorologista Gilmara Lima Furtado passa o dia inteiro tentando remover a cola que ainda incomoda a criança.
Gilmara conta que as tentativas de remover a cola sempre são acompanhadas de muito choro e irritação. Um oftalmologista pediu que ela fizesse uma compressa de água morna para retirar o produto. Mas, para aliviar o sofrimento do menino, Gilmara resolveu unir a recomendação médica com um pouco de mimo.
— Eu o coloco na banheira e deixo o chuveiro ligado com água morna três ou quatro vezes por dia. Ele acaba achando tudo uma brincadeira. Ele ficava muito irritado com a compressa no olho.
O pai Fabiano Furtado conta que o menino fica bastante irritado na hora de dormir.
— Quando o sono bate, ele acaba levando as mãos nos olhos. E isso pode atrapalhar a recuperação dele.
Relembre o caso
Segundo os pais do menino, a criança sofreu um corte no supercílio após um tombo em casa e foi levada à unidade. Ela foi atendida por uma pediatra e por uma cirurgiã, que usou a cola para fechar a ferida — um procedimento normal em casos como esse.
O problema, segundo os pais, foi que o produto caiu no olho do menino. Eles deram queixa na Delegacia da Taquara (32ª DP), onde o caso foi registrado como lesão corporal culposa (sem intenção).
Por meio de nota, o Hospital Rios D'Or informou "que o paciente deu entrada na unidade apresentando lesão traumática com aproximadamente 5 mm de comprimento, que foi tratada com um tipo de cola cirúrgica, indicada para pequenas lesões como alternativa ao uso de pontos convencionais".
Ainda segundo a unidade, "algumas adversidades inerentes ao uso deste medicamento podem acontecer. No caso deste paciente, foi feita avaliação pelo médico oftalmologista, que descartou qualquer complicação na córnea ou globo ocular e recomendou tratamento conservador, com uso de compressas e soro fisiológico no local, além de acompanhamento ambulatorial".
O Hospital Rios D'Or encerrou o comunicado afirmando estar à disposição da família e que prestará todo o atendimento necessário.
R7
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