terça-feira, 10 de julho de 2012

Polícia faz buscas para localizar corpo de Patrícia Amieiro


Agentes voltam nesta quarta a um terreno no Itanhangá para procurar pistas da jovem

RIO - Foram encerradas no fim da tarde desta terça-feira as buscas pelo corpo da engenheira Patrícia Amieiro em um sítio frequentado por policiais militares suspeitos de crimes e por milicianos no Itanhangá, Zona Oeste do Rio. As buscas serão reiniciadas na manhã de quarta-feira. A operação foi deflagrada pela Polícia Civil e pelo Ministério Público com o objetivo de localizar o corpo da engenheira, desaparecida há quatro anos. Segundo o MP, as buscas foram iniciadas a partir de uma denúncia anônima passada à ouvidoria do órgão.

A ação reúne policiais civis, bombeiros e representantes do Ministério Público, que cederam um radar de solo (conhecido como GPR) para tentar identificar objetos ou corpos enterrados. Até o fim da tarde, foram apreendidas no sítio duas armas, duas picapes de luxo, uma motocicleta e um computador que ficava numa sala de monitoramento por câmeras. Nenhum corpo, no entanto, foi localizado.

A diligência foi determinada pelo juiz Fábio Uchôa, titular do 1º Tribunal do Juri, onde corre o processo contra os policiais suspeitos de terem atirado contra a jovem, em 14 de junho de 2008. Na quinta-feira passada, a audiência do processo que investiga o desaparecimento da engenheira começou a ser realizada, mas foi remarcada pela juíza Ludmila Vanessa Lins da Silva, da 1ª Vara Criminal da Capital, devido à ausência de uma testemunha e de um laudo que precisa ser anexado ao processo. Na ocasião, apenas a perita Karina do Espírito Santo foi interrogada. Ela disse que os resultados dos três laudos continuam inconclusivos e que em nenhum momento falou da probabilidade de os tiros terem sido disparados por algum dos acusados.

Ao fim da audiência, o juiz responsável pelo caso decidirá se os acusados irão ou não a júri popular.

— Nossa luta é para que esse caso vá à Júri popular. Se não, vai ser dado alvará para os criminosos matarem e esconderem os corpos. Há mais de quatro anos esperamos por justiça e que a polícia encontre a ossada da minha irmã. Temos que fazer um enterro digno — disse Adryano Amieiro, irmão de Patrícia.

No fim de junho, a família de Patrícia realizou um ato em homenagem à jovem. Eles mandaram confeccionar um painel de cinco metros de altura, no qual foi escrito um pedido: “Policiais, entreguem a ossada!”. O cartaz tem ainda uma foto de Patrícia ao lado da frase “Cadê a Justiça?”. Segundo os parentes, o painel será usado para marcar uma grande campanha, cujo objetivo é fazer com que os policiais acusados do crime se sensibilizem em relação ao caso.

A manifestação ocorre também nas redes sociais e em cartazes que serão espalhados pela cidade. Os pais da jovem também estão fazendo um jardim no local onde o carro de Patrícia foi visto pela última vez, sob a antiga placa “Sorria você está na Barra”. O jardim é desenvolvido por um paisagista.

A família planeja, ainda, fazer um enterro simbólico dentro de dois meses, caso a Justiça não dê retorno do caso. De acordo com o pai da jovem, o aposentado Antônio Celso Franco, a ideia é fazer a cerimônia em frente ao Palácio Guanabara.

No início de junho, a avó materna de Patrícia, Célia Amieiro, morreu sem saber o que de fato ocorreu com a jovem. Segundo o pai de Patrícia, ela ainda tinha esperanças de encontrar a neta viva. Apesar disso, a Justiça já declarou a morte da jovem.

O Globo

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