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terça-feira, 20 de novembro de 2012
Dia da Consciência Negra no Rio começa com lavagem do busto de Zumbi
Isabela Vieira
Da Agência Brasil, no Rio
Com mais da metade da população de negros (pretos e pardos), o Estado do Rio comemora hoje (20) o Dia da Consciência Negra. As atividades começam cedo, com a tradicional lavagem do Monumento Zumbi, na capital, e se estendem até o fim de semana, com shows de música, mostra fotográfica, sessões de cinema e festas nas comunidades quilombolas. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), 51,7% da população do Rio é formada por pretos e pardos.
As comemorações na capital começam na Praça XI, em volta da estátua de Zumbi, símbolo da resistência à escravidão. Com a participação de religiões de matriz africana, a lavagem do monumento será feita pelo afoxé Filhos de Gandhi, Estrela de Oya, com a presença de rodas de baianas, de capoeiras e da Escola de Samba Unidos de Vila Isabel.
As atividades seguem pela zona portuária, onde os pesquisadores estimaram o desembarque de cerca de 1 milhão de negros escravizados na África, no Cais do Valongo. Recuperado durante obras de revitalização, o local recebe o projeto Herança Africana - Intervenções Urbanas no Caminho do Porto, com mostras ao ar livre em todo o bairro.
O destaque é um roteiro audiovisual sobre a história da cidade, desde a chegada dos navios negreiros até os dias de hoje, com fotos, vídeos e espetáculos teatrais na Pedra do Sal, no Largo da Prainha e nos Jardins Suspensos do Valongo. A ideia é homenagear também as personalidades que passaram por ali, como o músico Heitor dos Prazeres.
Shows da artista caboverdiana Lura, da nigeriana Nneka e da rapper americana Missy Eliot estão previstos no Festival BacktoBlack - que faz uma ponte entre a música brasileira e africana - de sexta-feira (23) a domingo (25). Também haverá debates sobre o apartheid (regime de segregação racial na África do Sul), sobre o papel da mulher na literatura e a influência do samba na literatura.
No interior do estado, a programação segue nas comunidades quilombolas. Em Magé, no norte fluminense, será lançado o documentário Maria Conga - Orgulho de Ser Quilombola, sobre a própria comunidade. Em Búzios, no litoral sul, a comunidade Maria Joaquina faz exibiçãode fotos; em Paraty, Campinho organiza uma grande festa, assim como Marambaia, na mesma região.
Na Baixada Fluminense, em Nova Iguaçu, será escolhida a musa negra estadual.
Segundo o IBGE, o estado mais negro do Brasil é o Pará (76,7%), seguido da Bahia (76,2%) e do Maranhão (76,2%). O Rio está na 22ª posição no ranking.
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