Justiça do Rio absolve a viúva da Mega-Sena, que receberá herança

Adriana Almeida era acusada de ter matado o marido milionário em janeiro de 2007

RIO - Após cinco dias de julgamento, a cabeleireira Adriana Almeida, conhecida com viúva de Mega-Sena, foi absolvida pelo Tribunal do Júri nesta madrugada. Ela era acusada de ser a mandante do assassinado de seu marido Renné Senna, em janeiro de 2007. Os outros três réus também foram absolvidos. O Ministério Público recorreu da decisão por entender que os jurados decidiram contra as provas que constam nos autos do processo.

- Estou absolutamente convencida que Adriana foi a mandante do crime. Infelizmente, esta não foi a convicção dos jurados. Vou me empenhar para que o próximo julgamento seja o mais rápido possível - disse a promotora Priscila Naegeli Vaz.

Já o advogado de defesa, Jackson Rodrigues, as provas contra sua cliente eram falhas.

- Cabe, agora, ao MP investigar tudo novamente. Acreditei na inocência dela desde que a conheci - disse.

Os outros três réus no caso também foram absolvidos: o PM Ronaldo Amaral, que trabalhava como segurança de Renné; o também PM Marco Antônio Vicente e a personal trainer Janaína de Oliveira.

A sentença foi lida às 2h15m pela juíza Roberta dos Santos Braga Costa, no Fórum de Rio Bonito, na Baixada Litorânea do Rio de Janeiro, cidade onde ocorreu o crime. Após cinco dias de julgamento, Adriana saiu do fórum meia hora após a leitura da sentença no carro de seu advogado e não deu declarações.

O ex-lavrador Renné Senna foi o vencedor de um concurso da Mega-Sena, em 2005, e ganhou um prêmio de R$ 52 milhões. Diabético, ele tinha perdido as duas pernas por causa de complicações da doença. Em 2006, começou a namorar a cabeleireira, 25 anos mais jovem.

Renné foi morto a tiros na manhã de 7 de janeiro de 2007 em um bar próximo de sua propriedade por dois homens encapuzados em uma moto.

Com a absolvição, Adriana passa a ter direito a metade da fortuna, que estava bloqueada pela Justiça. Atualmente, os bens de Renné estão avaliados em aproximadamente R$ 100 milhões.

O Globo