sábado, 16 de outubro de 2010

“Não sou monstro, não sou Nardoni. Lutei por minha filha até o fim”, diz o pai da menina Joanna


Indiciado por tortura no inquérito que apura a morte da própria filha Joanna (veja matéria no G1), o técnico judiciário carioca André Rodrigues Marins, de 40 anos, tem preferido ficar em silêncio. Ele tinha a guarda da menina, de 5 anos, durante seus últimos meses de vida. Em julho, ela apresentava vômitos e convulsões e foi levada por ele a um hospital do Recreio dos Bandeirantes. Numa delas, foi atendida por um falso médico (estudante) e acabou entrando em coma no dia 19 daquele mês. Foi quando observaram marcas no corpo de Joanna: manchas nas nádegas e alguns ferimentos no corpo. Em 13 de agosto, Joanna morreu. O laudo do Instituto Médico Legal apontou para a morte por meningite causada por herpes. E concluiu que as lesões teriam sido causadas por substância química ou ação física. André Marins aguarda o resultado do inquérito, feito pela Delegacia da Criança e do Adolescentes Vítima (DCAV). Ele acreditava que não seria indiciado por maus-tratos.
Esta semana, André nos entregou um CD com documentos que serviriam para sua defesa. Entre eles, atestados que mostram que Joanna utilizou remédios neurológicos por bastante tempo. Ouvimos a neurologista da menina, Ana Paula Lemos Fernandes, que confirmou o uso dos medicamentos, utilizados, segundo ela, de 2005 até janeiro de 2008, por causa de um distúrbio chamado terror noturno (quando, durante o sono, a criança se agita, grita e chora). Em um dos atestados, a médica diz que Joanna apresentava comportamento “acuado” e tinha “mutismo social” e “depressão”, receitando fluoxetina, para “melhorar o humor”. Respondendo a algumas perguntas por email, André disse acreditar que as convulsões que a filha apresentou nos últimos dias em sua casa – que seriam responsáveis por parte das manchas em seu corpo e pequenos arranhões no rosto - seriam resultado da falta desses remédios.
Em suas respostas, o pai de Joanna diz que a reversão da guarda foi uma medida urgente da Justiça, visto que a mãe sempre dava um jeito de afastá-lo da filha. Enumerou sete endereços que a mãe de Joanna teve em cinco anos – e afirmou que, quando ela se mudava, não lhe informava o novo destino.
Tivemos acesso ao relatório da Justiça, de maio deste ano, que determinou a inversão provisória da guarda por 90 dias – sem que a mãe pudesse ver a menina neste período. Assinado por psicólogas e encampado pela juiza Claudia Vieira, da 1a Vara de Família de Nova Iguaçu, a avaliação diz que Cristiane, a mãe de Joanna, era alienadora, “obsessiva” e chegou a dar a entender à menina que o pai havia morrido, respondendo a uma pergunta de Joanna sobre sua longa ausência. O relatório fala de várias brigas, algumas públicas, envolvendo vizinhos, que foram presenciadas por Joanna. E diz que a menina sofria “violência psicológica ocasionada pela ferocidade do litígio dos pais”.
Em 2007, André Marins foi afastado da filha por um ano, devido a uma denúncia de maus-tratos feita pela mãe. Joanna teria chegado em casa com a roupa rasgada e uma mancha roxa nas costas. De acordo com o relatório, Joanna disse às psicólogas que havia caído na casa do pai, quando tomava banho com uma das irmãs menores. E teria dito, segundo as psicólogas, que a mãe havia rasgado sua calça. Após entrevistar os genitores, padrastos e avós maternos e paternos de Joanna, a conclusão foi de que Cristiane se enquadrava em 9 de 10 quesitos na escala internacional de alienação parental (que significa a tentativa de afastar física e emocionalmente a criança do pai ou da mãe, nos casos de pais separados). O argumento para separar mãe e filha foi que a inversão seria a única maneira de restabelecer convívio de Joanna com o pai. No relatório, estão anexados dezenas de registros de ocorrência policial e mandados de busca e apreensão expedidos para possibilitar que André Marins buscasse a filha.

Em entrevista ao 7×7 na última segunda-feira, dia 11, Cristiane Marcenal, a mãe de Joanna, disse que não tem dúvidas de que a filha foi maltratada pelo pai, especialmente depois do laudo e do depoimento da psicóloga que a acompanhou nos últimos dias de vida.

Agora entrevistamos André Marins, que respondeu a algumas perguntas por email e enviou fotos recentes da filha:

O que aconteceu com Joanna nos últimos dias em que esteve com você?
Ela estava feliz e se adaptando, aos poucos. Mas no começo de julho apresentou vômitos e dor de cabeça. Depois começou a ter pequenas convulsões. Se batia muito, principalmente à noite. Levei na pediatria do Riomar, que é um ótimo hospital. Numa das vezes, um psiquiatra de lá, Bruno, perguntou se ela tomava remédios de uso controlado. Eu disse que, se usava, eu não tinha sido avisado disso quando a peguei, um mês e meio antes. Ele disse que parecia um problema neurológico. Só depois vim a saber que ela um remédio, o Neuleptil, por muito tempo, porque tinha terror noturno. Mas não fui avisado pela mãe dela. As machas que ela tinha eram causadas por essas batidas do corpo, principalmente dormindo.

Por que ela estava dormindo com as mãos presas por fita crepe?
A fita crepe nas mãos era usada porque ela estava se arranhando toda enquanto dormia. E se batia, batia nas coisas em volta. Naquele dia em que a empregada a viu no chão e disse que ela estava sendo maltratada, aconteceu o seguinte: ela estava usando fralda para dormir, porque estava fazendo xixi e cocô nas calças – que depois eu vim a saber que tinha causa neurológica, a falta de controle do esfíncter. Naquela manhã, quando a diarista chegou (ela jamais foi babá na minha casa), Joanna tinha pedido para dormir mais um pouco e eu preferi que ela ficasse no tapete do quarto das minhas filhas, um tapete felpudo, ela não estava no chão gelado. A deixei no chão porque tinha medo que ela se mexesse muito, como vinha fazendo à noite, e caísse da cama. Como pensei que ela não faria mais cocô nas calças, porque tinha limpado de manhã cedo, a deixei só de short. Mas ela fez. E foi isso que a empregada viu. Comentou comigo e eu disse a ela: pode deixar que eu limpo.

Você ficou ausente por alguns períodos da vida da Joanna. Por que recentemente quis a guarda?
Eu não quis exatamente a guarda da Joanna. O que eu queria era simplesmente poder conviver regularmente com a minha filha. Mas isso foi impossível. A mãe dela fazia tudo para que eu não visse. Mudou-se de endereço sete vezes em cinco anos e, a cada vez que fazia isso, não me comunicava para onde ia. Numa dessas situações, levei um ano para localizá-la, ajudado por alguns amigos. Quase todas as vezes que ia buscá-la, não havia ninguém em casa, então eu tinha que ir à polícia, fazer registro, arrumar mandado de segurança. No fim, as psicólogas da Justiça me disseram que só mesmo com a inversão da guarda eu ia conseguir de verdade estar com a Joanna. Mas era que fosse algo provisório. Eu tenho duas filhas menores, que já dão bastante trabalho pra mim e minha mulher. E sei que Joanna viveu a maior parte de sua vida ao lado da mãe. Quando peguei minha filha, eu expliquei tudo isso a ela, eu repetia sempre: você vai ficar um pouco com o papai, mas logo logo vai ver a mamãe de novo.

Você temia ser indiciado?
Não posso ser incriminado por nada. Não fiz nenhum mal a minha filha. Não sou um monstro, não sou Nardoni. Quem me conhece sabe disso. Tenho recebido apoio de todas as pessoas que acompanharam de perto minha luta, até o fim, para poder conviver com a Joanna. Mas a mãe dela está fazendo um circo na mídia. Minha filha morreu, mas ela continua praticando a alienação parental. Está inaugurando a alienação parental post mortem.

Época


Blog Mulher7x7

5 comentários:

  1. Sinto uma dor eneorme quado me deparo com notícias da pequena Joana, é tudo tão trágico, tão sofrido para mim.
    Os culpados dessa barbaridade são: os pais, os dois deveriam pagar pr isso.
    Em nenhum momento pensaram na criança, o que seria bom para Joana? Se separar do pai , se separar da mãe?Claro que não! Ela não escolheu vir ao mundo, pois se escolhesse , teria escolhido outros pais, me perdoe, mas existe muitos pais iguais a vocês por aí.
    O que a Joana desejava para si? Pais unidos no amor, e que pensassem somente na Joana e nada mais, mas não foi isso que fizeram, foram egoístas.
    Que a morte desse anjo, sirva como exemplo para pais que pensam não enxergam seus filhos.

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  2. MENTIROSO, SEM ESCRUPULO, MAL CARATER DESTE PAI E ESTA MADRASTA. QUALQUER PESSOA QUE TIVESSE UM POUCO DE BONDADE, QUANDO A MENINA ESTIVESSE DOENTE, COMUNICARIA PARA A MÃE.
    PRINCIPALMENTE PORQUE ERA MÉDICA, MESMO SABENDO QUE TALVEZ FOSSE PERDER A GUARDA DA MENINA. TUDO NÃO PASSOU DE MAUS TRATOS, CRUELDADE. ESTÁ LÓGICO QUE ELES BOLARAM A MORTE DESTE ANJINHO JOANNA.DEVERIA HAVER PENA DE MORTE PARA ESTES DE MENTALIDADES PSICOPATA. ESTA JUIZA MAU CARACTER, IRRESPONSAVEL JAMAIS DEVERIA ESTAR MAIS NESTE CARGO, ELA SO SERVE PARA SER ADVOGADA DE BANDIDO. QUE VERGONHA PARA O JUDICIÁRIO QUER AINDA NÃO TOMOU PROVIDENCIAS DESTA JUIZA CORRUPTA. É MAIS UMA PROVA DE QUE A JUSTIÇA NESTE PAIS É UMA MERDA.

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  3. QUANTAS VITIMAS DO JUDICIÁRIO INCOPETENTE NESTE PAIS. QUANTAS CRIANÇAS, IDOSOS, HOMENS E MULHERES VÃO TER QUE PERDER A VIDA POR CORRUPÇÃO, IRRESPONSABILIDADE, FALTA DE CARATER, JUSTAMENTE QUEM DEVERIA DAR EXEMPLO. QUE LEI , QUE PAÍS SEM LEI, ONDE SÓ É 1 MUNDO NA ELEIÇÃO DESTES CORRUPTOS, PORQUE ELES NÃO SELECIONAM GENTE COMPETENTE QUE NÃO SEJA JUIZ SISPLISMENTE POR CORRUPÇÃO, ENTRANDO PELA JANELA NESTES CONCURSOS. OU QUE PELO MENOS HOUVESSE PUNIÇAO RÁPIDA E SEVERA. QUANTOS JUIZES SALTAM ASSASINOS, BANDIDOS, ESTRUPADORES PSRA QUE VOCE QUE ESTA LENDO POSSA SER A PRÓXIMA VÍTIMA. NÃO SEJA OMISSO, GRITE, FALE, ESTE PAÍS ESTA MESMO AVACALHADO, ONDE O PRESIDENTE E SUA CORJA , ZE DIRCEU ETC, SÃO DECLARADAMENTE CONSIDERADOS CORRUPTOS E A POPULÃÇÃO AINDA VOTA E REELEGE ELES, QUE POVO COVARDE. PAGAMOS IMPOSTOS PARA JUIZES, POLÍTICOS SAFADOS VENHAM FAZER A LEI DELES E AINDA SOMOS OBRIGADOS A VOTAR. QUE DEMOCRACIA. TEMOS QUE LUTAR PELA DIGNIDADE, A JUSTIÇA, A PUNIÇÃO RIGOROSA DE COISAS ERRADAS. VOCE QUE CALA , CONSENTE.

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  4. Que barbaridade, que juiza que essa juiza pague mesmo ela deve ser responsabilizada pela morte dessa criança.

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  5. Acredito na imortalidade da alma. Joana cumpriu seu destino, embora muitos não acreditem, de certa forma, ela escolheu uma tragédia destas para findar sua passagem neste mundo, escolheu uma vida curta, mas agora ela com certeza está bem, está nos braços do pai que tanto a ama de verdade, DEUS. A Justiça dos homens é falha sim, mas a justiça de Deus, essa, não falha nunca. Aos olhos dos homens parece que tudo está errado, mas tudo está como deveria ser, no exato lugar em que servirá de ensinamento pra todos os envolvidos e também para muitos outros. Isso não minimiza os erros, talvez tudo pudesse ter sido diferente se a atitude dos pais fossem outras (talvez para Joana nada mudasse pois foi uma escolha sua), um dia eles serão cobrados, não por Deus, que a todos perdoa e ama infinitamente, independente dos nossos erros, mas pela nossa própria consciência, isso ocorrerá no exato momento em que tivermos noção do porque da nossa passagem pela Terra. EVOLUÇÃO.

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