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sexta-feira, 26 de agosto de 2011
Vacina injetável contra o pólio é recomendada pela OMS por não apresentar riscos à saúde
A vacina oral, atualmente usada no Brasil, é produzida com vírus vivo e pode, ainda que raramente, causar a doença
Por orientação da Organização Mundial de Saúde (OMS), o Ministério da Saúde deve substituir a vacina oral pela versão injetável do imunizante contra a poliomelite. A injeção, já disponível há cerca de uma década nas clínicas privadas, é considerada mais segura por ser produzida com o vírus morto.
— A vacina oral é feita com o vírus vivo enfraquecido que dá proteção sem causar a doença. No entanto, existe um risco raro (de um caso em 1 milhão de doses) de que ele sofra uma mutação no intestino da criança imunizada e cause a pólio vacinal — explica o presidente da Sociedade Brasileira de Imunizações (Sbim) Renato Kfouri.
Com a vacina injetável, contudo, o risco é zero porque são utilizados fragmentos do vírus morto e estes que estimulam o sistema imunológico. De acordo com Kfouri, esta fórmula já é usada em várias casos, como na vacina contra a gripe e o tétano, por exemplo.
Apesar da imunização contra a paralisia infantil já ser feita com a vacina injetável em vários países desenvolvidos, segundo o ministério, ainda não há previsão para a mudança no Brasil. A OMS sinalizou apenas que a substituição gradativa é uma das medidas que deverão ser tomadas pelas nações quando quando a paralisia infantil estiver erradicada no mundo todo.
— No Brasil, ela está erradicada há 20 anos. Mas fazer essa mudança não é tão simples por vários fatores, principalmente, porque a vacina oral permite uma indireta imunização em massa, já que quem recebe o vírus, o elimina pelas fezes fazendo com que o vírus tenha uma grande circulação pelas comunidades — alerta.
Como a pólio ainda está presente em 26 países, para fazer a substituição, é necessário, portanto, garantir uma cobertura 100% eficiente da imunização.
De acordo com o médico, a transição das gotinhas para a injeção deve ocorrer de forma gradativa e, provavelmente, antes da substituição total, será utilizado um esquema misto. Além disso, há também a possibilidade de associar o imunizante com outras vacinas.
— Esta mudança vai representar mais um avanço no programa de imunização brasileiro, que é modelo no controle de doenças, já que alcançou altas coberturas num território de dimensões continentais e regiões de difícil acesso — completa Kfouri.
A poliomielite
A pólio é uma doença infectocontagiosa causada pelo poliovírus que pode deixar marcas na criança para o resto da vida. O poliovírus se desenvolve na garganta ou nos intestinos e, a partir daí, espalha-se pela corrente sanguínea. O período de incubação (tempo que demora entre o contágio e o desenvolvimento da doença) é, geralmente, de sete a 12 dias, podendo variar de dois a 30 dias.
Pelo sangue, o vírus ataca o sistema nervoso e paralisa os músculos das pernas e, caso a paralisia atinja os músculos respiratórios ou deglutição, o vírus pode matar.
BEM-ESTAR
Marcadores:
saúde infantil
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