quinta-feira, 25 de agosto de 2011

Cinco PMs são afastados em Niterói por decisão de juíza assassinada

Policiais fecharam escritório que seria de contraventor que teve prisão preventiva decretada pela juíza Foto: Julio Diniz / O São Gonçalo


Rio - Cinco policiais militares de Niterói, na Região Metropolitana, foram afastados do patrulhamento de rua, por determinação do Comando do Batalhão do município. O afastamento foi feito com base em uma decisão tomada pela juíza Patrícia Acioli, da 4ª Vara Criminal de São Gonçalo, assassinada no dia 12 de agosto.

A juíza determinou o afastamento dos policiais por causa de irregularidades cometidas pelos agentes quando eles ainda trabalhavam no Batalhão de São Gonçalo, município vizinho. A assessoria de imprensa da Polícia Militar (PM) não informou, no entanto, que irregularidades ou crimes foram cometidos pelos policiais.

Seguida por moto antes de morrer
Patrícia Acioli foi seguida pelos seus assassinos desde que deixou o Fórum de São Gonçalo, dia 11. A perseguição à magistrada foi feita por dois homens, que usavam capacetes e jaquetas, em uma moto Honda 125 preta. Para seguir os passos dos matadores, a polícia refez os 35 quilômetros percorridos por Patrícia de São Gonçalo a Piratininga, em Niterói.

Imagens captadas por câmeras durante o trajeto feito pela magistrada mostram a ação dos criminosos. Elas foram anexadas ao inquérito policial que apura o crime. Para chegar aos responsáveis, as investigações rumaram para a lista de 91 PMs que respondem por crimes, como de homicídio, na 4ª Vara Criminal de São Gonçalo, onde Patrícia era a juíza titular. Entre os suspeitos está um oficial da Polícia Militar.

Nesta quarta-feira, o cabo da PM Marcelo Poubel, namorado de Patrícia, voltou a ser ouvido na Divisão de Homicídios. Ele deixou a unidade na viatura da Divisão, escoltado por agentes. Para fechar o cerco aos bandidos, a cúpula da Polícia Civil determinou que as delegacias de Niterói e São Gonçalo também auxiliem a DH nas investigações. A primeira ação foi dos policiais da 75ª (Rio D’ouro), nesta quarta-feira.

Os agentes estouraram o escritório do contraventor Luís Anderson de Azeredo Coutinho, em São Gonçalo. Foragido da Justiça, ele teve a prisão preventiva decretada por Patrícia Acioli.

No dia 17, O DIA mostrou relatório da Polícia Federal de 2009, no qual escutas telefônicas, autorizadas pela Justiça, flagraram o contraventor dizendo a interlocutor que ‘uma bomba iria explodir em São Gonçalo’. Em outro trecho das interceptações, o bicheiro acrescenta “que a pessoa que bate o martelo iria chorar lágrimas de sangue”. O caso foi investigado pelo Tribunal de Justiça, que concluiu não haver indícios de que o contraventor representasse uma ameaça à segurança da magistrada.

A Polícia Militar abriu inquérito para apurar o suposto desvio de munição usada na morte da juíza Patrícia Acioli. Como O DIA noticiou segunda-feira com exclusividade, cartuchos apreendidos no local do crime são de lote de 10 mil munições calibre 40 compradas pela corporação. Parte delas foi para o 7º BPM (São Gonçalo) onde há PMs investigados pela magistrada.

No escritório do contraventor Luís Anderson de Azeredo Coutinho, agentes apreenderam contabilidade do jogo do bicho. Cinco funcionários foram indiciados por contravenção. “Apreendemos até a movimentação de hoje (quarta-feira). Mas nada relativo ao homicídio”, explicou o delegado-titular da 75ª DP, Julio Cesar Mulatinho.

O DIA ONLINE

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