RIO - O secretário de Estado de Saúde, Sérgio Côrtes, e o comandante-geral da Polícia Militar em exercício, coronel Álvaro Garcia, reabriram nesta quarta-feira a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) da Maré, na Zona Norte. A UPA estava fechada desde a última segunda-feira, a pedido do então comandante do 22º Batalhão de Polícia Militar (Maré) , tenente-coronel Cláudio Luiz Silva de Oliveira, preso ontem sob a acusação de ser o mandante do assassinato da juíza Patrícia Acioli, em agosto.
Garcia negou que a abertura da unidade tenha relação com a prisão do tenente-coronel , que comandava o 7º BPM (São Gonçalo) quando a juíza foi assassinada. Segundo o comandante em exercício da PM, a UPA da Maré seria reaberta mesmo se o tenente-coronel não estivesse preso.
Segundo a PM, as operações para combater traficantes armados nas imediações eram diárias desde que o tenente-coronel Cláudio Oliveira tinha assumido o comando do 22º BPM (Maré).
Côrtes afirmou que ele e Garcia reavaliaram os problemas e que agora a unidade está em condições de funcionar.
- O que não pode acontecer é que marginais pensem que a UPA é deles, porque ela é da população. Vamos voltar a atender todo mundo com qualidade - declarou o secretário.
O comandante em exercício afirmou que não há operação policial nesta segunda-feira na região. Segundo ele, o que existe é um policiamento reforçado na Unidade de Pronto Atendimento.
- Esse reforço policial será colocado para dar mais segurança à população que vem buscar atendimento na UPA - acrescentou o coronel.
Na segunda-feira, inconformados com o fechamento da UPA, as 16 associações de moradores e ONGs da região disseram que iriam procurar o secretário estadual de saúde para pedir a reabertura imediata da unidade. Moradores do Complexo da Maré e especialistas em saúde classificaram a interrupção das atividades da UPA na comunidade como um retrocesso no processo de segurança e melhoria da qualidade de vida na comunidade. Após episódios de violência nas últimas semanas, a Secretaria estadual de Saúde decidiu fechar a unidade, com o argumento de preservar a população local e os funcionários. A UPA da Maré tem 45 profissionais trabalhando diariamente, atendendo uma média de 290 pessoas.
- Recebemos muitas reclamações de médicos em áreas de conflito, mas nunca soubemos de nada na Maré. O governo não poderia adotar uma medida dessa. O fechamento mostra a incapacidade do estado de garantir a integridade física e a saúde da população - disse o presidente do Sindicato dos Médicos do Rio, Jorge Darze.
A UPA da Maré fica na Rua Nove, na Vila do João, uma via larga e com muitas residências, a quinhentos metros da Avenida Brasil. Os moradores não fazem relatos sobre conflitos nos últimos dias na região, mas, segundo a PM, as operações têm sido diárias, com a ocorrência de confrontos e a realização do mapeamento da área. Na semana passada, foram apreendidos três fuzis, duas metralhadoras, duas pistolas e duas granadas, além de drogas como maconha e cocaína. Na segunda-feira também houve ações nas favelas Nova Holanda e Parque União. Como o atendimento nas UPAs é 24 horas por dia, a PM acha necessário evitar o fluxo de pessoas no local. As escolas estaduais e municipais da região, no entanto, não tiveram a rotina alterada. Segundo a polícia, os horários de entrada e saída de alunos são evitados pelo comando das operações.
Na segunda, o governador Sérgio Cabral lamentou o fechamento da UPA. Segundo ele, em "momentos tensos como esse, em que há uma recomendação da segurança e é melhor abrir depois":
- Dói muito o coração porque foi a primeira UPA a ser aberta por mim, em maio de 2007. Eu lamento, mas chegará o momento em que a Maré estará pacificada e que esse tipo de situação tensa não acontecerá mais, apesar do grande esforço dos profissionais que lá trabalham. Em 365 dias do ano, pelo menos 99% ela fica aberta 24 horas - disse Cabral.
Em setembro deste ano, a UPA de Manguinhos e a Clínica da Família Victor Valla, que são vizinhas no mesmo terreno, fecharam as portas depois que um homem em fuga de uma operação policial em Manguinhos entrou no local desarmado. Na ocasião, cem PMs de vários batalhões faziam uma operação nas comunidades de Manguinhos, Jacarezinho, Mandela 1 e 2 e Varginha, na Zona Norte do Rio.
O Globo
Garcia negou que a abertura da unidade tenha relação com a prisão do tenente-coronel , que comandava o 7º BPM (São Gonçalo) quando a juíza foi assassinada. Segundo o comandante em exercício da PM, a UPA da Maré seria reaberta mesmo se o tenente-coronel não estivesse preso.
Segundo a PM, as operações para combater traficantes armados nas imediações eram diárias desde que o tenente-coronel Cláudio Oliveira tinha assumido o comando do 22º BPM (Maré).
Côrtes afirmou que ele e Garcia reavaliaram os problemas e que agora a unidade está em condições de funcionar.
- O que não pode acontecer é que marginais pensem que a UPA é deles, porque ela é da população. Vamos voltar a atender todo mundo com qualidade - declarou o secretário.
O comandante em exercício afirmou que não há operação policial nesta segunda-feira na região. Segundo ele, o que existe é um policiamento reforçado na Unidade de Pronto Atendimento.
- Esse reforço policial será colocado para dar mais segurança à população que vem buscar atendimento na UPA - acrescentou o coronel.
Na segunda-feira, inconformados com o fechamento da UPA, as 16 associações de moradores e ONGs da região disseram que iriam procurar o secretário estadual de saúde para pedir a reabertura imediata da unidade. Moradores do Complexo da Maré e especialistas em saúde classificaram a interrupção das atividades da UPA na comunidade como um retrocesso no processo de segurança e melhoria da qualidade de vida na comunidade. Após episódios de violência nas últimas semanas, a Secretaria estadual de Saúde decidiu fechar a unidade, com o argumento de preservar a população local e os funcionários. A UPA da Maré tem 45 profissionais trabalhando diariamente, atendendo uma média de 290 pessoas.
- Recebemos muitas reclamações de médicos em áreas de conflito, mas nunca soubemos de nada na Maré. O governo não poderia adotar uma medida dessa. O fechamento mostra a incapacidade do estado de garantir a integridade física e a saúde da população - disse o presidente do Sindicato dos Médicos do Rio, Jorge Darze.
A UPA da Maré fica na Rua Nove, na Vila do João, uma via larga e com muitas residências, a quinhentos metros da Avenida Brasil. Os moradores não fazem relatos sobre conflitos nos últimos dias na região, mas, segundo a PM, as operações têm sido diárias, com a ocorrência de confrontos e a realização do mapeamento da área. Na semana passada, foram apreendidos três fuzis, duas metralhadoras, duas pistolas e duas granadas, além de drogas como maconha e cocaína. Na segunda-feira também houve ações nas favelas Nova Holanda e Parque União. Como o atendimento nas UPAs é 24 horas por dia, a PM acha necessário evitar o fluxo de pessoas no local. As escolas estaduais e municipais da região, no entanto, não tiveram a rotina alterada. Segundo a polícia, os horários de entrada e saída de alunos são evitados pelo comando das operações.
Na segunda, o governador Sérgio Cabral lamentou o fechamento da UPA. Segundo ele, em "momentos tensos como esse, em que há uma recomendação da segurança e é melhor abrir depois":
- Dói muito o coração porque foi a primeira UPA a ser aberta por mim, em maio de 2007. Eu lamento, mas chegará o momento em que a Maré estará pacificada e que esse tipo de situação tensa não acontecerá mais, apesar do grande esforço dos profissionais que lá trabalham. Em 365 dias do ano, pelo menos 99% ela fica aberta 24 horas - disse Cabral.
Em setembro deste ano, a UPA de Manguinhos e a Clínica da Família Victor Valla, que são vizinhas no mesmo terreno, fecharam as portas depois que um homem em fuga de uma operação policial em Manguinhos entrou no local desarmado. Na ocasião, cem PMs de vários batalhões faziam uma operação nas comunidades de Manguinhos, Jacarezinho, Mandela 1 e 2 e Varginha, na Zona Norte do Rio.
O Globo
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