sexta-feira, 9 de setembro de 2011

'Não sou o monstro que dizem que sou', diz suspeito da Oscar Freire


“Minha principal intenção ao escrever esta, é tentar deixar claro para a sociedade que eu não sou o monstro que muitos dizem que sou”, afirma Lucas Rosseti, de 21 anos, em uma carta escrita em duas folhas de caderno e numa caixa de cigarros de dentro da carceragem do 77º Distrito Policial, em Santa Cecília, no Centro de São Paulo. Nesta sexta-feira (9), acontece a reconstituição do crime com a participação do suspeito.

O G1 obteve cópia do manuscrito do jovem, preso por suspeita de matar a facadas o analista de sistemas Eugênio Bozola, de 52 anos, e o modelo Murilo Rezende, de 21, dentro de um apartamento na Rua Oscar Freire, nos Jardins, na capital paulista, em agosto. Os corpos das vítimas foram encontrados em 23 de agosto. Após o crime, Rosseti fugiu no carro do analista para Sertãozinho, interior de São Paulo. O veículo foi achado abandonado em 28 do mês passado. O jovem foi preso pela polícia no dia seguinte.

Na carta entregue aos advogados Frederico Borges, Leonardo Borges e Cesar Augusto Moreira, Rosseti volta a alegar legítima defesa para ter matado Bozola, assim como já havia declarado em seu depoimento à Polícia Civil. Também negou ter assassinado Rezende, que, segundo o suspeito, foi morto pelo analista.

“Eu não tinha motivo algum para matar aquelas pessoas. Se eu tirei a vida de uma pessoa, foi para proteger a minha. Gostaria de deixar claro para a família do Murilo. Peço que não me encarem como um assassino e que não sintam ódio de mim, pois assim como Murilo, eu só sou um jovem cheio de sonhos que nunca causaria um mal desses a ninguém”, escreve Rosseti, segundo seus advogados informaram à reportagem.

Em outro trecho da carta, o jovem afirma que “queria estar morto no lugar daquelas pessoas”, se referindo ao analista e ao modelo. Ele ainda diz que nunca teve nenhum relacionamento homossexual com Bozola e Rezende. Segundo testemunhas ouvidas pela polícia, o analista era gay.

Ainda segundo o documento obtido pelo G1, Rosseti diz que sua vinda a São Paulo foi “totalmente profissional”. Ele escreve que Bozola prometeu ajudá-lo nisso e, por esse motivo, deixou Igaravapa, no interior de SP, para ir até a capital paulista, onde ficou hospedado no apartamento do analista.

“Existia sim dentro de mim um ambição, a vontade de poder ter uma vida boa, mas nada que me motivase a cometer um crime bárbaro como esse”, afirma Rosseti na carta. Com letra de fôrma, o suspeito diz que “sempre foi um adolescente normal”, se “moldando sempre uma pessoa de bem”.

A respeito do cárcere, ele afirma que “nesse atual momento estou sem contato com o mundo lá fora e não sei em qual crime a Justiça pretende enquadrar o meu caso”. Em princípio, Rosseti deverá responder por latrocínio, roubo seguido de morte. Além do automóvel do analista, foram encontrados o computador, objetos pessoais e tênis da vítima com o suspeito em Sertãozinho.

Segundo Rosseti, “os detalhes de todos os acontecimentos serão divulgados através da reconstituição e depoimento oficial” dele. Na tarde desta sexta, a Polícia Técnico-Científica de São Paulo realiza a reconstituição do crime da Oscar Freire.

Reconstituição
Rosseti chegou por volta das 14h20 desta sexta-feira (9) a cena do crime para participar da reprodução simulada que será feita por peritos do Instituto de Criminalística (IC). O advogado Leonardo Borges acompanha o suspeito.

De acordo com o delegado Maurício Guimarães Soares, da Divisão de Homicídios do Departamento de Homicídios e de Proteção à Pessoa (DHPP), que apura o caso, a perícia vai reproduzir duas versões: a do suspeito e a da investigação policial.

O DHHP aponta outra versão: a de que Rosseti matou Bozola e Rezende por causa de uma discussão envolvendo o tempo de permanência dele no apartamento do analista. Assim como o modelo, o jovem estava hospedado no imóvel e teria se recusado a sair após uma semana. A família dela mora em Igarapava, interior de São Paulo. Para a polícia, Rosseti teria dopado as vítimas antes de esfaqueá-las.

Contra Rosseti, a investigação possui imagens de câmeras de segurança que mostram o jovem com as vítimas numa pizzaria e numa boate gay da capital paulista.

Os laudos do Instituto Médico-Legal (IML) sobre as causas das mortes do analista e do modelo não tinham sido concluídos até esta sexta. Eles irão apontar se as vítimas foram dopadas.

Rosseti termina a carta pedindo desculpas a sua família e às pessoas que "gostam" dele. "Peço que toda sociedade reveja os acontecimentos e procurem saber quem eu realmente sou, apenas mais um jovem sonhador, uma pessoa de bem", escreve o suspeito. "Tenho muitas esperanças de que tudo vai ficar bem. Que Deus nos ampare sempre".

Entenda o caso
O crime, investigado como latrocínio (roubo seguido de morte), ocorreu na madrugada de 23 de agosto. O suspeito é de Igarapava, cidade do interior paulista, e não tem antecedentes criminais. Ele foi preso dia 29 em uma fazenda em Sertãozinho, também no interior de São Paulo.

De acordo com as investigações, as vítimas e o assassino tinham ido a uma pizzaria e a uma boate gay no fim de semana antes do crime em São Paulo. Câmeras de segurança gravaram os três, que estavam acompanhados de outras pessoas.

Após o crime, Rosseti fugiu do prédio com o carro de Bozola.

G1

Um comentário:

  1. Você não é esse monstro não Luquinha, é muito mais:mentiroso, safado, assassino, mentiroso.
    A sua violência está presente até em suas tatuagens.
    Defesa péssima!E agora estão dizendo, os advogados, que estão preocupados com o estado psicológico do sujeitinho.
    Quem deveria ter-se preocupado era a mamãe dele , que passou a mão em sua cabecinha a vida toda.

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