terça-feira, 24 de abril de 2012

Município do Rio já vive epidemia de dengue


Cidade ultrapassou índice de 300 casos por cem mil habitantes, segundo o secretário Hans Dohmann

RIO - O secretário municipal de Saúde, Hans Dohmann, informou na tarde desta terça-feira, em entrevista coletiva, que o Rio de Janeiro enfrenta uma epidemia de dengue. A cidade ultrapassou o índice de 300 casos por cem mil habitantes. Dohmann disse, porém, que a epidemia é uma questão numérica e que não há um colapso no atendimento. Todos os 30 polos de hidratação, segundo ele, estão sendo capazes de atender à demanda. De 1º de janeiro a 21 de abril foram registrados 50.016 casos da doença e 12 óbitos.

Há uma semana, três áreas do Rio já haviam registrado surto da doença, de acordo com a Secretaria Municipal de Saúde: Grande Madureira (AP 3.3), Grande Bangu (AP 5.1) e Campo Grande (AP 5.2), que continuam com o maior número de registros em 2012. Dohmann havia alertado na ocasião que o ritmo crescente de registros de casos da doença deveria levar ao anúncio de uma epidemia na cidade nas semanas seguintes.

Já em todo o Estado do Rio, nas mesmas 16 semanas epidemiológicas - de 1º de janeiro a 21 de abril -, foram notificados 64.423 casos suspeitos da doença e 13 óbitos. Doze pacientes são do município do Rio e outro, de Niterói. No mesmo período de 2011, foram registrados 96.253 casos no estado.

Segundo o boletim divulgado pela Secretaria estadual de Saúde, considerando o total de casos graves, o grau de letalidade da dengue está em 5%. Exames realizados em amostras de sangue confirmaram a presença do vírus tipo 1 da dengue em Barra do Piraí, Campos dos Goytacazes, Itaboraí, Mesquita, Niterói, Nova Iguaçu, Resende, Rio de Janeiro, Valença, Vassouras e Silva Jardim. Há notificações do tipo 3 no Rio de Janeiro, e a presença do tipo 4 em Belford Roxo, Japeri, Mesquita, Nilópolis, Niterói, Nova Friburgo, Nova Iguaçu, Rio de Janeiro, São Gonçalo e São João de Meriti.

Imóvel abandonado é vistoriado o Rio

Na última sexta sexta-feira, mais um imóvel abandonado foi vistoriado por agentes da prefeitura do Rio. De acordo com a secretaria municipal de Saúde e Defesa Civil, o terreno ficava na Rua Clarimundo de Melo, em Piedade. O local já havia sido vistoria de forma compulsória há cerca de 40 dias. No imóvel, foram eliminados 16 depósitos de possíveis criadouros do mosquito, outros 10 recipientes, e um foco de dengue, recolhido para análise. Os técnicos também retiraram uma lona plástica que estava sobre a laje com acúmulo de água.

Na quinta-feira, quatro imóveis localizados em Vila Valqueire, na Zona Norte do Rio, foram vistoriados. Eles estavam fechados e foram denunciados pela população por terem possíveis focos de mosquito da dengue. De acordo com a prefeitura, foram identificados focos da doença em dois dos quatro imóveis vistoriados. A prefeitura do Rio realiza entrada compulsória em imóveis abandonados baseada no decreto nº 34.377, de 2011, que autoriza o ingresso de agentes de saúde em locais fechados. Desde a publicação do decreto, já foram realizadas 145 entradas compulsórias em toda a cidade.

Sociedade de Cardiologia do Rio de Janeiro alerta para uso de medicamentos anticoagulantes

Especialistas da Sociedade de Cardiologia do Estado do Rio de Janeiro chamam a atenção para o risco aumentado para pessoas portadoras de doenças cardiovasculares. Segundo eles, esses pacientes podem ter o quadro agravado em caso de dengue. A maior preocupação é com pessoas que já fazem uso de anticoagulantes e antiagregantes, medicamentos que evitam a formação de coágulos nas artérias. Como o vírus da dengue ataca as plaquetas, responsáveis pela coagulação sanguínea, o uso desses remédios também reduz a quantidade dessas células, existe um risco maior de ocorrerem hemorragias.

Entre os antiagregantes mais comuns estão analgésicos e antiinflamatórios como a aspirina e o AAS, algumas das substâncias mais vendidas nas farmácias do país e comercializadas sem necessidade de receita médica. “Por isso, ao surgirem os primeiros sintomas, é importante que a pessoa suspenda o uso desses medicamentos imediatamente”, alerta o cardiologista Wolney Martins.

O Globo

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