terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

Pai que abusou da filha e teve com ela sete filhos-netos é morto em rebelião de presos no Maranhão


SÃO LUÍS - O homem preso em Pinheiro, no Maranhão, condenado a 63 anos de prisão por abusar da filha , com quem teve sete filhos-netos , mantidos em cárece privado em um povoado isolado, foi morto durante a rebelião na Delegacia Regional. José Agostinho Bispo Pereira, 55 anos, havia sido preso em flagrante no dia 8 de junho de 2010. A filha, com quem Agostinho mantinha um relacionamento matrimonial, tem 29 anos e era abusada desde o 12. A polícia comprovou, ainda, que a filha-neta de 8 anos já estava sendo abusada pelo pai-avô. Outros cinco detentos morreram durante a rebelião.
A rebelião na delegacia regional de Pinheiro começou na noite desta segunda-feira.
José Agostinho mantinha a família afastada, sem ir à escola, pois sabia que, se alguém descobrisse, seria preso pela polícia. O caso foi comparado ao ocorrido na Áustria, onde Josef Fritzl, chamado "monstro de Amstetten", teve sete filhos com sua filha Elisabeth , que foi estuprada repetidas vezes por ele durante os 24 anos em que foi mantida presa num porão. Josef Fritzl foi condenado à prisão perpétua.
A negociação para o fim da rebeilião está em curso. Segundo a polícia, o motivo é a superlotação do presídio. Os presos exigem melhores condições na carceragem do local. Segundo a delegada Laura Amélia Barbosa, mais de 90 presos estão nas celas, com capacidade para apenas 30.
Em junho de 2010, também ocorreu uma rebelião pelos mesmos motivos na Delegacia Regional de Pinheiro. Na época eles protestavam contra a falta de higiene e superlotação. Após a negociação, 40 presos foram transferidos para outras delegacias em comarcas próximas.
Um padre, um pastor e um representante da OAB ajudam a polícia na negociação com os detentos. Mais de cem policiais estão cercando a delegacia. Há homens da Polícia Militar, da Polícia Civil e do Grupo Tático Aéreo (GTA). O coronel Franklin Martins, comandante-geral da Polícia Militar, também está no local.
De acordo com a assessoria imprensa, os seis corpos já foram removidos do local.
Um novo presídio deveria ser construído em 2004, mas protestos da população impediram a construção. O local abrigaria presidiários de toda baixada maranhense.



O Globo

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