Bebês correm risco de morte se governo não resolver falta de anestesista para transplante
Rio - Há quase 4 meses, as famílias de Andrew Araújo, 1 ano e 7 meses, e Matheus da Silva, 2 anos e 5 meses, enfrentam um pesadelo: o de não saber se os bebês estarão vivos no dia seguinte. Eles estão internados em estado gravíssimo no Hospital Federal de Bonsucesso (HFB) à espera de um transplante de fígado. Cirurgias desse tipo estão paralisadas desde janeiro: anestesistas especializados nelas pediram demissão por não receberem o adicional por plantão hospitalar (APH).
“Em fevereiro, depois que O DIA fez série de reportagens, o ministro (Alexandre Padilha, da Saúde) prometeu que meu filho ia operar logo, e até hoje nada aconteceu. Meu bebê voltou a ser internado às pressas quarta-feira. Ao lado da cama, colocaram aparelho de ressuscitação. O ministro não sabe o que é ver um filho esperando pra morrer”, desabafou o pai de Andrew, Adailton Francisco.
“Ele está vomitando quatro, cinco vezes por dia, às vezes com sangue. Estou esperando há tanto tempo que tenho medo de que ele não consiga mais operar”, desespera-se Maria do Amparo de Souza, mãe de Matheus. Ontem, o defensor público da União André Ordacgy afirmou que até quinta-feira entra com ação na Justiça Federal pedindo que os 349 pacientes na fila do transplante sejam operados em hospitais privados. “O ministério empurra o problema e não resolve nunca. Vamos solicitar também que seja criada remuneração extra para que anestesistas queiram trabalhar no HFB”, afirmou. O presidente da ONG Dohe Fígado, Carlos Cabral, defende que os anestesistas voltem a receber APH — pago quando o profissional é acionado fora do horário de expediente para cirurgias, as quais levam muitas horas.
Promessas após cobranças
Apenas depois que O DIA entrou em contato novamente com o Ministério da Saúde, ontem, o órgão fez alguma previsão. O diretor do Departamento de Gestão Hospitalar do núcleo do Rio, João Marcelo Ramalho, diz que a cirurgia de Andrew foi marcada para terça-feira. A de Matheus, segundo a nova promessa, deve ser dia 5 de abril, se ele estiver em condições clínicas. O problema é que ele piora a cada dia. Segundo Ramalho, o ministério está procurando anestesistas que queiram trabalhar no HFB.
Matheus
OUTUBRO DE 2010
Família de Matheus deixa o Maranhão e vem para o Rio tratar problema no fígado do menino.
3 DE JANEIRO
Há 83 dias, mãe descobriu que, mesmo com doador, filho não pode operar por falta de anestesistas.
3 DE FEVEREIRO
O DIA começa a cobrar do governo solução. Dia 11, ministro promete que Matheus faria cirurgia com anestesistas voluntários.
23 DE FEVEREIRO
Ministério volta atrás e afirma que voluntários não poderiam esperar Matheus concluir exames necessários.
24 DE MARÇO
O DIA volta a cobrar. No dia seguinte, família recebe a notícia de que o menino pode ser operado em abril.
Rio - Há quase 4 meses, as famílias de Andrew Araújo, 1 ano e 7 meses, e Matheus da Silva, 2 anos e 5 meses, enfrentam um pesadelo: o de não saber se os bebês estarão vivos no dia seguinte. Eles estão internados em estado gravíssimo no Hospital Federal de Bonsucesso (HFB) à espera de um transplante de fígado. Cirurgias desse tipo estão paralisadas desde janeiro: anestesistas especializados nelas pediram demissão por não receberem o adicional por plantão hospitalar (APH).
“Em fevereiro, depois que O DIA fez série de reportagens, o ministro (Alexandre Padilha, da Saúde) prometeu que meu filho ia operar logo, e até hoje nada aconteceu. Meu bebê voltou a ser internado às pressas quarta-feira. Ao lado da cama, colocaram aparelho de ressuscitação. O ministro não sabe o que é ver um filho esperando pra morrer”, desabafou o pai de Andrew, Adailton Francisco.
“Ele está vomitando quatro, cinco vezes por dia, às vezes com sangue. Estou esperando há tanto tempo que tenho medo de que ele não consiga mais operar”, desespera-se Maria do Amparo de Souza, mãe de Matheus. Ontem, o defensor público da União André Ordacgy afirmou que até quinta-feira entra com ação na Justiça Federal pedindo que os 349 pacientes na fila do transplante sejam operados em hospitais privados. “O ministério empurra o problema e não resolve nunca. Vamos solicitar também que seja criada remuneração extra para que anestesistas queiram trabalhar no HFB”, afirmou. O presidente da ONG Dohe Fígado, Carlos Cabral, defende que os anestesistas voltem a receber APH — pago quando o profissional é acionado fora do horário de expediente para cirurgias, as quais levam muitas horas.
Promessas após cobranças
Apenas depois que O DIA entrou em contato novamente com o Ministério da Saúde, ontem, o órgão fez alguma previsão. O diretor do Departamento de Gestão Hospitalar do núcleo do Rio, João Marcelo Ramalho, diz que a cirurgia de Andrew foi marcada para terça-feira. A de Matheus, segundo a nova promessa, deve ser dia 5 de abril, se ele estiver em condições clínicas. O problema é que ele piora a cada dia. Segundo Ramalho, o ministério está procurando anestesistas que queiram trabalhar no HFB.
Matheus
OUTUBRO DE 2010
Família de Matheus deixa o Maranhão e vem para o Rio tratar problema no fígado do menino.
3 DE JANEIRO
Há 83 dias, mãe descobriu que, mesmo com doador, filho não pode operar por falta de anestesistas.
3 DE FEVEREIRO
O DIA começa a cobrar do governo solução. Dia 11, ministro promete que Matheus faria cirurgia com anestesistas voluntários.
23 DE FEVEREIRO
Ministério volta atrás e afirma que voluntários não poderiam esperar Matheus concluir exames necessários.
24 DE MARÇO
O DIA volta a cobrar. No dia seguinte, família recebe a notícia de que o menino pode ser operado em abril.
Andrew
JANEIRO DE 2010
Família descobre que ele precisa de transplante. Mãe iria doar, mas não há anestesistas.
3 DE FEVEREIRO
O DIA cobra. Dia 11, ministro promete que Andrew faria cirurgia com voluntários. Mas o menino contrai pneumonia. Ministério prometeu marcar data assim que ele ficasse bom.
2 DE MARÇO
Bebê fica bom, mas recebe alta, sem data para transplante.
24 DE MARÇO
Andrew passa mal e é internado. O DIA cobra. Cirurgia é marcada para terça-feira
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