sábado, 28 de maio de 2011

Nova versão do kit anti-homofobia deverá ser lançada ainda este ano



SÃO PAULO e BRASÍLIA - O ministro Fernando Haddad anunciou que uma nova versão do kit anti-homofobia deverá ser lançada ainda este ano. O material teve sua produção e distribuição suspensas pela presidente Dilma Rousseff . Ele deve ser distribuído em cerca de seis mil escolas no país em que foram detectados casos de homofobia.

O ministro Fernando Haddad disse que será feita uma análise técnica do material e que não fará qualquer tipo de pressão na avaliação do kit.

- Tem uma tramitação formal para ser feita. Tem um comitê que eu não vou pressionar para fazer um trabalho que é técnico e que vai atender ao pedido da presidenta Dilma - afirmou Haddad, após inaugurar um campus da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) em Osasco.

O kit inclui caderno de dinâmica para trabalhar o tema da homofobia, seis boletins, três vídeos e cartas de apresentação do material para educadores. Ele foi duramente criticado por parlamentares evangélicos, que ameaçaram até ajudar a aprovar a convocação do ministro da Fazenda, Antonio Palocci, para explicar o aumento de seu patrimônio.

Segundo o MEC, o orçamento do convênio assinado com as organizações não governamentais responsáveis pela produção do material, de R$ 1,8 milhão - que inclui também gastos com palestras, formação de professores e outras despesas - já prevê verba necessária para eventuais reformulações. Por isso, não haveria um custo extra para o governo.

- O repasse é feito à medida que o projeto vai se desenvolvendo. Nesse, como em qualquer outro convênio, quando se verifica qualquer inadequação, o ministério recomenda uma alteração parcial ou até total - afirmou Haddad.

O ministro disse que, de início, ficou surpreso com a reação contrária de parte do Congresso ao kit, mas disse que já compreendeu o motivo da oposição dos parlamentares.

Nesta sexta-feira, em nota, o MEC confirmou que o kit anti-homofobia produzido por um grupo de ONGs recomendava que o material fosse utilizado em aulas do ensino médio e também do fundamental, a partir do 6º ano. No entanto, a Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade do ministério havia avisado às ONGs que o "foco do material" deveria ser apenas professores e alunos do ensino médio.

Segundo o MEC, "Boneca na mochila" tinha saído do kit

A assessoria do MEC informou ainda que o item "Boneca na Mochila", cartilha e DVD direcionados aos estudantes do ensino fundamental, havia sido retirado do material do kit. O vídeo conta a história de uma mãe que é chamadas às pressas na escola porque "flagraram" seu filho com uma boneca na mochila. No caminho da escola, ainda dentro do táxi, ela escuta a notícia no rádio e fica apreensiva.

O Ministério da Saúde, por sua vez, informou que não participou da elaboração do kit anti-homofobia. O material seria distribuído às escolas públicas, mas foi suspenso por determinação da presidente Dilma Rousseff, após reclamação de parlamentares da bancada religiosa. Segundo a assessoria do ministério, a pasta não produz material para distribuição à população.


O Globo

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