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sábado, 28 de maio de 2011
Pais de alunos de escola atacada em Realengo pedem mais segurança
Famílias criaram associação para fazer pedidos ao prefeito Eduardo Paes.
Doze crianças morreram em ataque à escola na Zona Oeste do Rio.
Pais de alunos vítimas da tragédia na Escola municipal Tasso da Silveira, em Realengo, Zona Oeste do Rio, querem uma reunião com o prefeito do Rio, Eduardo Paes. Eles se encontraram neste sábado (28) para conversar sobre o que as crianças precisam.
No dia 7 de abril, um ex-aluno, Wellington de Oliveira entrou na escola armado, fez vários disparos e matou doze estudantes. Depois de ser atingido por um tiro de um policial, Wellington se matou.
As famílias dos estudantes organizaram uma associação de parentes e amigos dos "Anjos de Realengo" para discutir o futuro e amparar uns aos outros. A primeira reunião do grupo aconteceu na casa da avó de Luiza, uma das vítimas do massacre.
“Muita gente fala que já vai fazer dois meses, mas para a gente foi como se fosse ontem. Parece que foi ontem que perdemos a vida dos nossos filhos. Não só a vida dos nossos filhos que se foi. Foi também a nossa alegria. Nós ficamos com o mundo sem cor, sem chão para pisar. Foi a nossa paz junto, foi a saúde, e as nossas noites de sono”, disse Adriana, mãe de Luiza.
Durante a reunião, os pais se emocionaram várias vezes. Robson Athanasio, pai da menina Larissa, foi um deles. Ele não conteve as lágrimas ao relembrar da filha.
“Minha filha dormia com a minha mãe. Minha mãe vira para o lado, e vai botar a mão, e não vê mas ela ali", desabafa Robson.
Dificuldade na volta às aulas
O estudante Carlos Matheus foi uma das crianças feridas. A mãe dele, Carla Vilhena, conta que o filho está com dificuldade para retornar às aulas.
“Ele voltou na segunda-feira agora, mas só foi à aula por dois dias, depois não quis mais ir. Ele está se sentindo um pouco mal, cada dia que ele acorda, ele fala uma coisa. Ele me disse que não quer ir mais à escola porque não tem mais quase ninguém da turma dele. Ele diz que está sem os colegas, e que a escola está chata sem eles", falou a mãe.
Segurança na escola
Uma das reivindicações dos pais é por mais segurança na escola. Eles dizem que nem sempre a Guarda Municipal está na frente do prédio. O reforço na segurança era uma das promessas feitas pelo poder público depois da tragédia. Durante a manhã, uma carro da Guarda Municipal estava na porta da escola.
Perla é tia de Brenda, a gêmea que sobreviveu ao tiroteio. A menina faz fisioterapia no Instittuto Nacional de Traumato-ortopedia (Into) e não tem ajuda com o transporte.
“A Brenda levou vários tiros de raspão nas costas, nas mãos, e está com os dedos atrofiados. Está com uma bala localizada na cabeça e precisa do transporte para fazer a fisioterapia e a terapia ocupacional no Into. O Into abraçou ela, só que o transporte sai do nosso bolso”, diz Perla.
Reunião com prefeito
O grupo diz ter marcado uma reunião com o prefeito Eduardo Paes na sexta-feira (27), mas ele não teria comparecido.
“Para o prefeito só tenho a dizer que nós gostaríamos de olhá-lo, olho no olho, ouvi o que ele tem a nos dizer, e que ele nos ouvisse”, fala Adriana. “Depois de um mês, nós estamos esquecidos. Nossos filhos estão esquecidos", argumenta Perla.
Segundo a Secretaria municipal de Educação, a reunião com o prefeito Eduardo Paes teve que ser adiada por problema de agenda. No entanto, a secretaria afirmou que os pais das vítimas serão recebidos pelo prefeito na próxima semana.
A secretaria também esclareceu que a Guarda Municipal mantém um agente baseado e outro em apoio, na Escola municipal Tasso da Silveira, em Realengo, todos os dias. Ainda segundo a secretaria, vai ser estudada uma forma de viabilizar o transporte e a alimentação para as vítimas em tratamento no Instituto de Traumato-ortopedia.
G1
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