segunda-feira, 21 de junho de 2010

Quando os pais divergem sobre a forma de educar


A forma de educar os filhos, algumas ou até muitas vezes, causam desentendimentos entre os pais. Há casos em que a mãe é mais permissiva, busca colocar panos quentes e tem uma forma de criar o rebento, digamos assim, mais light. Já o pai é mais rígido, executa mais, na hora, sem rodeios ou receios em gerar uma cena, mesmo em público. Em outras famílias, é exatamente o contrário, e os papéis se invertem. A psicológa Fernanda Callegari Beltrame responde a dúvidas comuns e dá dicas de como os pais podem – e devem – rever suas atitudes. Pelo bem e em nome do filho, e também pela saúde do relacionamento do casal.

Quando há divergências na forma de educar o filho, como fica a cabeça das crianças?
Inicialmente a criança fica confusa, sem saber a quem obedecer quando um dos pais tira a autoridade do outro. Nos casos em que um dos pais fica mais permissivo, a criança pode crescer tendo a figura deste pai ou desta mãe como alguém submisso, a quem ele também pode mandar e não precisa obedecer.

Que danos esse conflito de opiniões pode causar no filho e até no relacionamento do casal?
Quando o pai ou a mãe tira a autoridade um do outro na frente da criança, ela pode crescer sem uma figura de referência de autoridade, não ter limites e achar que pode tudo. Quando a criança percebe esse movimento dos pais, em que um diverge do outro, ela começa a fazer chantagens para conseguir o que quer e, consequentemente, pode gerar uma briga entre o casal.

Como pai e mãe podem resolver as divergências e colaborar para uma educação eficaz do filho?
Eles devem conversar sobre a educação da criança longe desta e entrarem em um acordo, colocando em prática o que foi discutido. De preferência que essa conversa seja longe de casa ou em um momento que a criança esteja fora de casa. Quando a criança fizer tal coisa, tanto o pai quanto a mãe devem ter o mesmo comportamento por mais que não concordem 100%. O importante é que um não tire a autoridade do outro na frente da criança e que também não briguem na frente dela. Se em tal momento um não concordou com o outro, achou que poderia ser diferente, conversa separado depois. Que os pais possam mostrar os seus pontos de vista, um ao outro, e consigam chegar em um acordo do que é melhor para a criança.

Coluna Em Nome do Filho, publicada no Diário de Santa Maria desta segunda-feira, por Fabiana Sparremberger


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