quarta-feira, 18 de agosto de 2010

Especialistas explicam fatores que levarão metade dos bebês aos 100 anos


Médico diz que mudanças no estilo de vida, na rotina de trabalho e na abordagem clínica contribuem para viver mais e melhor
Estudo recentemente divulgado na publicação científica The Lancet revela que metade da população atual de bebês chegará aos 100 anos — pelo menos os nascidos nos países ricos.
De acordo com Kaare Christensen, coordenadora das pesquisas realizadas em uma universidade da Dinamarca, a expectativa de vida vem aumentando em ritmo acelerado e exigindo que a sociedade se prepare para um novo arranjo entre jovens e velhos.
Kaare diz que se o século 20 foi um período de redistribuição de renda, o século 21 deverá promover a redistribuição de trabalho. Uma das soluções propostas é diminuir a carga horária de trabalho semanal, aumentando o tempo de dedicação ao lazer e à educação. Mas é a abordagem nos tratamentos de pessoas com mais de 80 anos que deverá sofrer grandes mudanças.
— Com o envelhecimento da população e os casais tendo cada vez menos filhos, não só a ciência já se deu conta das novas demandas que se apresentam, como outras esferas da sociedade começam a introduzir mudanças com base nessa realidade que se apresenta mesmo no Brasil, onde a expectativa de vida também aumentou consideravelmente nos últimos anos — diz o cardiologista Otávio Gebara, diretor clínico do Hospital Santa Paula.
Gebara afirma que, além de insistir na prevenção de doenças, a classe médica deverá adotar novas abordagens nos próximos anos para garantir que pacientes com mais de 80 anos possam controlar problemas de saúde e ainda assim ter uma boa qualidade de vida. "Independentemente da idade e da expectativa de vida, a ciência já se dá conta da importância de se adotar algumas medidas que preservem o bem-estar do paciente. Isso tem levado a grandes avanços em termos de diagnóstico precoce de doenças e a tratamentos mais assertivos também".

Os vilões da terceira e quarta idades
De acordo com o doutor Otávio Gebara, o sedentarismo é epidêmico na terceira idade, já que aproximadamente 80% das pessoas com mais de 65 anos não praticam quaisquer exercícios físicos, contribuindo de maneira significativa para a obesidade.
— O excesso de peso está intimamente ligado à síndrome metabólica, que é um conjunto de fatores de risco que pode desencadear diversas doenças e abreviar a vida do paciente — destaca.
Hipertensão, altos níveis de açúcar, colesterol e triglicerídeos no sangue... Todo esse conjunto não parece estar somente diretamente ligado a doenças do coração e do cérebro, mas também ao aumento de casos de câncer.
— Via de regra, quem quer viver mais e com saúde deve abandonar definitivamente o cigarro, evitar o consumo excessivo de álcool, combater o sedentarismo a todo custo, adotar uma dieta rica em vegetais e pobre em açúcar e sal. Isto sem falar na necessidade de manter alto astral e o estresse sob controle —, diz o especialista.



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