domingo, 15 de agosto de 2010

Pediatra vai para a mesma cadeia de procuradora acusada de torturadora no Riio



Médica presa após morte de criança passa a primeira noite em Bangu 7

O delegado titular da Delegacia da Criança e Adolescente Vítima, Luis Henrique Marques Pereira, informou no início da tarde deste domingo (15) que a médica Sarita Fernandes Pereira, presa na manhã de sábado (14) suspeita de envolvimento na morte de uma menina de cinco anos, passou a noite no presídio Nelson Hungria, mais conhecido como Bangu 7, no complexo penitenciário de Gericinó, na zona oeste do Rio de Janeiro. Na mesma unidade está presa desde o ínício de junho a procuradora aposentada Vera Lucia Sant'Anna, acusada de torturar uma menina de três anos da qual tinha a guarda provisória.
- Ela ficará presa temporariamente lá até que a gente conclua as investigações. A defesa deve entrar com pedido de liberdade esta semana, mas acho que não vão conseguir.
A pediatra com mais de 20 anos de profissão foi presa em casa, na zona oeste do Rio, na manhã de sábado. Na delegacia ela chorou e se defendeu.
- Eu acredito na Justiça. Eu acredito na minha advogada e eu sei que isso tudo vai acabar bem.
Sarita era chefe da pediatria do hospital RioMar, na Barra da Tijuca, zona oeste. Ela é suspeita de contratar um estudante do quinto período de medicina como médico. Ele usou o registro de um profissional com o qual já havia trabalhado. O rapaz está sendo procurado pela polícia e é considerado foragido. A defesa disse que ele vai se apresentar assim que analisar o processo.
O estudante contou durante depoimento na semana passada que atendeu, medicou irregularmente e deu alta à Joanna Cardoso Marcenal Marins, de cinco anos de idade. A menina morreu na tarde de sexta-feira (13), após 26 dias em coma. Ao ser internada, apresentava convulsões, hematomas nas pernas e grandes queimaduras nas nádegas e tórax.
A médica e o estudante foram indiciados por falsidade ideológia, falsidade material, tráfico de drogas (uso de medicamentos controlados), associação para o tráfico e exercício ilegal da profissão com agravo do fato da criança ter morrido. O inquérito deve ser entregue à Justiça nos próximos dias.

Demitida e processada
A assessoria de imprensa do hospital RioMar informou através de nota que a direção demitiu a médica e estuda a possibilidade de entrar com um processo cível e um outro criminal contra ela.

Ela trabalhava há cinco anos na unidade. Há dois anos ela assumiu a coordenação do setor de pediatria do hospital. Entre as atribuições, era ela a responsável pela contratação de novos médicos.
O falso médico trabalhava no hospital de madrugada e nos fins de semana. Ele tinha sido contratado há menos de seis meses.

Disputa entre os pais
A mãe de Joanna acusa o ex-namorado e pai da menina de maus-tratos. Os dois disputavam a guarda da filha há dois anos e ela estava sob os cuidados do pai. Ele nega qualquer tipo de agressão e diz que a filha se machucou sozinha por causa de problemas neurológicos. A polícia investiga os ferimentos e principalmente a origem das queimaduras.
O enterro será neste domingo (15), às 16h, no cemitério Jardim da Saudade, em Edson Passos, Mesquita, na Baixada Fluminense.

Camila Ruback


R7

2 comentários:

  1. Cara Maria Celia a pequenina Joanna esta muito melhor onde esta agora. Deus a acolhera num lugar sem sofrimentos ou miserias. Infeliz do pais onde suas criancas nao tem nem direito de viver e sao assassinadas cruelmente dessa maneira. Abracos, Tereza

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  2. Tereza,sabemos que estará bem melhor, mas é preciso o país agir rapidamente para acabar com esses assassinatos de crianças e mulheres aumentando dia a dia.
    Abraços
    Maria Célia e Carmen

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